Os juros vão baixar. Mantega vai manter o aperto fiscal
Os urubólogos do PiG (*) seguem alguns Mandamentos inscritos na Tabua das Leis Neoliberais.
(Como diz o Delfim, na Carta Capital desta semana, o Templo Maior dessa Religião é o Banco Central americano. Aquele, do Alan Greenspan, que, antes de 2008, dizia que os bancos saberiam defender-se e evitar a quebra ...)
No momento, a Urubologia se concentra em dizer que o Brasil precisa de um “arrocho fiscal”.
Em termos bem vulgares, como os que emprega o pessoal do Tea Party (a consumação do neoliberalismo), “arrocho fiscal” significa tirar dinheiro do Brasil Sem Miséria e não cobrar imposto do pessoal da FIE P (**).
O Luiz de Barros, o José Mendonça, o André Resende, o Aécio Never – em notável artigo na Carta Capital, em que demonstra não ter nada a declarar -, o Marcio Cunha e o Luis Carlos Camargo – todos eles pregam o “arrocho”.
Porque, se não “arrochar”, a inflação dispara – e a Dima cai, já que esse é o Mandamento décimo: derrubar (qualquer) presidente trabalhista.
Na primeira página desta segunda feira, o Ministro Mantega, da Fazenda, diz à Claudia Safatle, no Valor , que o “Governo manterá o controle fiscal”.
O governo "está mudando o mix da política econômica", usando mais rigor fiscal e menos juros para controlar a inflação, disse o ministro da Fazenda, Guido Mantega ao Valor. Ele afirmou que o fortalecimento da política de controle do gasto público este ano foi exatamente nessa direção, a partir da decisão de cumprir a meta de superávit primário "cheia" - ou seja, sem deduzir os gastos com investimentos do PAC, de R$ 32 bilhões.
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"Eu trabalho para cumprir a meta cheia até 2014 e isso não vai sacrificar nenhum projeto de investimento. O custeio é que vai crescer menos".
O ministro admitiu que houve momentos, no passado recente, em que "o fiscal conflitava com o monetário", referindo-se a ocasiões em que o Banco Central elevava os juros para desaquecer a demanda e controlar a inflação e ao mesmo tempo o Tesouro expandia as despesas, aquecendo a demanda. Isso acabou.
"Mudamos o mix de forma permanente. Não é só por causa das turbulências externas. Acho que fica melhor assim, porque é mais barato para o Erário público e mais eficiente. Com isso, tenderemos a ter, no futuro, juros mais baixos ...
Ou seja, os juros vão baixar.
Paulo Henrique Amorim
(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.
(**) Este Conversa Afiada chama a FIESP de FIE P. Sem o “s”. É uma tentativa de identificar o verdadeiro propósito da campanha da FIE P contra a CPMF. Apagar o “S” de “$”.