11 de setembro: chegou a conta do Bush: US$ 3 trilhões
O Globo deste onze de setembro traz importante artigo.
O autor é o Premio Nobel de Economia Joseph E. Stiglitz, da Universidade de Columbia.
O título é “O preço de 11 de setembro”.
O custo do 11 de setembro nas mãos de George Bush é de US$ 3 trilhões, já que Stiglitz calcula os custos das guerras do Iraque e do Afeganistão.
“... foi a primeira Guerra da História paga inteiramente a crédito”, diz ele.
(O programa de recuperação econômica que o Obama anunciou semana passada é de US$ 500 bi. Um sexto do custo das guerras.)
Enquanto isso, o Fed (de Alan Greenspan) – lembra Stiglitz - “escondeu essas fragilidades com a criação de uma bolha imobiliária que levou a um boom do consumo”.
(Como se sabe, para os Neolibelês (*), era Deus na Terra e Pinochet e Greenspan no Céu.)
“ (a economia americana) levará alguns anos para superar o excesso de endividamento e os problemas no mercado imobiliário que daí resultaram.”
O “soft power” americano também saiu enfraquecido: “... sua autoridade moral ... (já que) os EUA violaram direitos humanos básicos como o habeas corpus e o direito a não ser torturado ...”
Este ansioso blogueiro se permite adicionar outro ingrediente a essa redução do “soft power” americano: é o que o Delfim Netto chama de “crise moral”.
O Bush e o Obama salvaram os bancos e os banqueiros e jogaram 10% da população no desemprego (20% entre os jovens).
Outro indício da redução do poder americano – aí, tanto hard quanto soft – é a dificuldade para ajudar Israel.
Como se sabe, Bibi Netaniahu é um Cerra que deu certo (outro é o Piñera do Chile).
Bibi conseguiu sitiar Israel com sua intransigência.
A Turquia, Egito, o Irã, o Iraque, os palestinos – todos ali em volta contra Israel.
Os únicos aliados do Bibi são a Síria – e por isso o Obama não empurra o Assad no mar - , a Arábia Saudita e, em ultima instância, sempre, os Estados Unidos.
Mas, como diz o editor chefe do importante jornal israelense, Haaretz, Aluf Benn - o virtual rompimento de relações diplomáticas com o Egito – revela a impotência de Obama quando seu inimigo, Bibi, mais precisa dele.
Vem aí o reconhecimento do Estado Palestino pela ONU, depois da atitude pioneira do Nunca Dantes e seu grande chanceler, Celso Amorim.
E o que Obama poderá fazer ?
Bush, depois do 11 de setembro, dilapidou não só o superávit fiscal que herdou do Clinton.
Dilapidou a força americana – a hard e a soft.
Em tempo: a capa do Globo chama a atenção para outro artigo que mostraria como o 11 de setembro levou os EUA a dar as costas a seus “princípios mais caros”. O ansioso blogueiro procurou, procurou, e não achou os princípios a que os EUA deram as costas. !
Paulo Henrique Amorim
NEOLIBELÊ (*) “Neolibelê” é uma singela homenagem deste ansioso blogueiro aos neoliberais brasileiros. Ao mesmo tempo, um reconhecimento sincero ao papel que a “Libelu” trotskista desempenhou na formação de quadros conservadores (e golpistas) de inigualável tenacidade. A Urubóloga Miriam Leitão é o maior expoente brasileiro da Teologia Neolibelê.