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"O Brasil está no caminho certo". Depois da crise, pula na frente

O ansioso blogueiro foi um dos expositores numa reunião fechada com presidentes de empresas brasileiras.
publicado 10/01/2012
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O ansioso blogueiro foi nesta segunda-feira um dos expositores numa reunião fechada com presidentes de empresas brasileiras.

O outro palestrante é CEO para o Brasil de um dos maiores bancos do mundo.

Veja o que diz ele:

- a crise do endividamento das pessoas físicas americanas acabou.

O problema agora é político.

- a economia americana vai crescer 2,5% em 2012.

2,5% em cima de um PIB de US$ 14 trilhões não é de se jogar fora ...

Para comparar, quando o Brasil crescer 3,5% ou 4% em 2012 será sobre um PIB de US$ 2 trilhões.

- o problema é a Europa, enquanto D. Merkel não abrir o cofre para salvar o Euro.

Mais cedo ou mais tarde, ela ou o sucessor fará isso.

A alternativa será uma corrida aos bancos.

Mas, o Euro ficará de pé e a Grécia não sairá da zona do Euro.

D. Merkel  e Sarkozy vão ter que esticar a dívida dos bancos e engolir um bom prejuizo.

A Europa - Alemanha e França - vão ter que aceitar um Plano Brady (que os bancos americanos tiveram que engolir com a dívida dos latino-americanos: algo como 30% de prejuízo).

Se a Europa quebrar, o risco de crédito dos bancos americanos é de 12%, o do Brasil é 13% e o da Inglaterra ... de  70% !

Quer dizer, a Inglaterra deve rezar todo dia para que nenhum banco europeu quebre.

E, para não quebrar, D Merkel não pode viver nessa boa vida de exportar com o Euro com a cotação sub-avaliada do dracma grego, da lira italiana ou do peso espanhol.

Assim, qualquer um cresce e mantem o emprego, como D Merkel.

A lira, o dracma e o peso não podem se desvalorizar, para voltar a exportar.

Tem que ir de pires na mão ao Banco Central Europeu.

Mas, o Euro vai ter que se desvalorizar ainda mais para ajudar a recuperação.

Como diz um economista americano - segundo este CEO:  ao fim e ao cabo nenhum grande banco europeu vai quebrar como o Lehman americano.

O que vai haver é um monte de Citibanks, bancos estatais disfarçados.

Os bancos franceses, italianos são falsamente privados.

Até o Deutsche Bank é hoje semi-estatal.

- a China vai crescer 7% este  ano, o que é uma aterrissagem suave, com  solavancos.

A China tem US$ 3 trilhões em reservas cambiais.

A maior fatia em títulos americanos - ou seja, é a maior garantidora da solvência americana.

- o Brasil está no caminho certo.

Se crescer mais de 4%, vai faltar mão-de-obra e a infra-estrutura não aguenta.

O arsenal de estímulos de que o Governo brasileiro dispõe para reanimar a economia é imenso.

A economia mundial se recupera no segundo semestre e o Brasil, de novo, como na crise de 2008, vai saltar na frente.

O Brasil tem US$ 350 bi de reservas e $300 em títulos do Tesouro americano que rendem 0,25%.

O que eu faria no lugar do Alexandre  Tombini (presidente do Banco Central) ?

Exatamente a mesma coisa.

O Brasil lançou títulos no mercado mundial e pagou  3,5%; a Vale, 4%.

Muito bom, embora a demanda tenha sido um pouco menor do que das últimas vezes.

A China passou a investir em portfólio brasileiro - títulos, papéis - além de investimento direto em empresas.

O que acentua a integração economica do Brasil com a China.

Para onde a China for, o Brasil vai.

Qual o único temor ?

A inflação com a memória da indexação.

O que fazer ?

O que o Tombini faz.

E as obras do PAC, Minha Casa, Copa, Olimpíadas  - isso é consumo na veia.

Classe C empregada e comprando.

Dez por cento do corpo de funcionários desse banco no Brasil é de estrangeiros, especialmente argentinos e uruguaios.

Única zona cinza no cenário: D. Merkel vai pagar a conta ou vai haver uma corrida aos bancos europeus ?

No banco desse CEO acredita-se que há entre 10 e 15% de possibilidades de uma corrida.

Em tempo: ao fim de duas horas de exposição e acalorados debates, nenhum presidente de empresa invocou argumentos extraídos da Urubologia.

Estão todos - eram 42 presentes - otimistas.

E ninguém ali parecia Dilmista.

Coitada da Urubologia.

Não faz sucesso em Madureira nem entre Presidentes.

Deve ser triste.


Paulo Henrique Amorim