Mr Teixeira e Ecclestone, os amigões da Globo
Desde que o repórter da BBC perguntou ao Mr Teixeira “did you accept the bribe ?”, nunca mais a vida do presidente da CBF foi a mesma.
No momento, ele se abriga em Miami, onde a filha do Cerra e a irmã do Daniel Dantas também montaram uma firma.
Uma coincidência.
Como se sabe, a Globo não seria o que é sem o Mr Teixeira.
E vice-versa.
Outro amigão da Globo é o Bernie Ecclestone, o vendedor de peças para motocicletas que montou a indústria da Fórmula-1, que, hoje, vale, US$ 10 bilhões.
Como se sabe, por causa da Globo, o Brasil é o país do mundo que mais dá atenção à Fórmula-1.
Não é assim em nenhum país da Europa, no Japão ou nos Estados Unidos, onde ninguém sabe a diferença entre a 1 e a 11.
O ansioso blogueiro teve o prazer de, recentemente (6 de dezembro, na página 20) ler interessante reportagem – dessas que jamais se lerá no PiG (*) - na seção de “business" do International Herald Tribune, em que, num dia, vale mais do que toda a produção mensal do PiG (*):
“O perigo chega ao círculo do dono da Fórmula-1”, ou seja, ou bom camarada Bernie.
Qual é o perigo que o bom Bernie corre ?
Ir em cana.
Ir em cana ?
(Será também uma ameaça que paira sobre as manhãs ensolaradas de Miami Beach ?
Como se sabe, depois de décadas de impunidade, a Justiça do Rio – do Rio ! - começou a apurar algumas irregularidades de num jogo da seleção em Brasília.
Coisa pouca.)
De volta ao bom Bernie.
Segundo o repórter Steven M. Davidoff, a Justiça alemã está nos calcanhares dele.
Porque o bom Bernie é suspeito de ter pago modesta propina a um intermediário – também em julgamento, o sr Gribkowski – para assegurar o controle acionário da Fórmula-1.
Sabe de quanto foi a propinazinha, amigo navegante?
Segundo o IHT, coisa pouca: US$ 44 milhões.
O bom Bernie corria o risco de perder o controle do negócio – a fortuna dele é estimada em US$ 2,4 bilhões – para um fundo de investimentos, e o sr Gribkowski ajudou a manter na sociedade um banco estatal alemão – estatal do Estado da Baviera.
E, com isso, o bom Bernie continuou soberano, no controle de mais de 30 subsidiárias e participação em intrincadas associações com patrocinadores e clientes.
E aí reside o perigo, amigo navegante.
Como se sabe, há muito tempo nenhum atleta brasileiro tem qualquer chance de ganhar uma única prova da F-1.
Há muito tempo, os medíocres atletas brasileiros são induzidos a NÃO ganhar, para não atrapalhar a equipe.
E, mesmo assim, a Petrobrás é uma das maiores patrocinadoras desse esporte que engrandece o Esporte Pátrio – e forra o tesouro da Globo.
Será que a presidente Graça Forster sabe das encrencas do bom Bernie ?
E se ele for em cana ?
A Justiça alemã já premiou Gribkowski com duas condenações, por enquanto: oito anos e meio de prisão por suborno e evasão fiscal.
O IHT se pergunta: qual o futuro desse megaempreendimento se o bom Bernie for em cana ?
A Fórmula-1 sobrevive a uma desmoralização do bom Bernie ?
A F-1 é um negócio extremamente bem sucedido, mas que está inteiramente nas mãos do bom Bernie, de 82 anos, e dos organizadores e patrocinadores das provas – e todos comem na mão do bom Bernie.
A Receita Federal da Inglaterra também foi atrás dele.
E, recentemente, ele foi obrigado a cancelar um lançamento de ações (IPO).
Como ficará a reputação da Petrobrás, pergunta o ansioso blogueiro, se o bom Bernie naufragar ?
O PiG (*) vive a espinafrar a Petrobrás, sob a invariável acusação de gerir mal o patrimônio do povo brasileiro, colocado sob seu controle.
O que dirá o PiG (*) de a Petrobrás patrocinar o bom Bernie ?
Paulo Henrique Amorim
(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.