Itaú fala mal do prato em que come
Saiu no Financial Times, um PiG (*) inglês, que publica um caderno especial para tomar grana dos brasileiros e falar mal dos brasileiros - paga quem quer … - , uma entrevista com o dono do banco Itaú, uma empresa de família bem “moderna”:
“The government changes taxes. They change this. They change that. The result is a lot of uncertainty,” says Setúbal, hinting at a certain anti-market animus in Rousseff’s leftist Workers’ party, a common complaint in Paulista business circles. “They have to communicate better the role of the government versus the private sector. They are not giving the right incentives, the right returns for the risks that are being offered,” he says.
(...)
Setúbal suggests that lower rates may anyway be insufficient to reignite Brazilian loan demand. “There has been a [general] drop in the demand for credit, and while I can still lend to the same demographic I once did, I also have to take into account their current [higher] level of debt … which means I have to ask for more collateral,” he says.
“O Governo (Dilma) muda os impostos (para menos … - PHA). Eles (Dilma) mudam isso. Mudam aquilo. O resultado é muita incerteza, diz Setúbal ao insinuar um sentimento “contra-o-mercado” da Presidente Dilma. Essa é uma queixa muito comum dos empresários da Avenida Paulista. “Eles (a Dilma) tem comunicar melhor o papel do Governo (que tal uma inside information do Banco Central, como nos bons tempos do … ? - PHA) em relação ao setor privado. Eles não estão dando os incentivos certos (quer mais ? - PHA), os lucros adequados aos riscos que são oferecidos (quer mais ? – PHA).”
(…)
“Setubal sugere que a redução dos juros talvez seja insuficiente para reanimar a demanda por crédito. (De fato, reduzir os juros foi uma besteira … - PHA)
(…)
Eu tenho que levar em conta o atual (crescente) nivel de endividamento do tomador … o que significa que tenho que pedir mais garantias.”
Não deixe de ler “BB e Caixa – a Dilma estava certa”.
O FT observa que, sob a direção de Roberto Setúbal, o Itaú multiplicou por 30 a sua “market capitalisation”.
Ou seja, desse período de glória retumbante, dez foram sob governos trabalhistas …
No ano passado – horrível ! - o lucrinho do Itaú foi de $ 6,8 bilhões.
Ninharia !
(Como diz o Mauricio Dias, “eles sabem que esse Governo não é o deles”...)
Fazem parte da Alta Administração do Itaú alguns dos mais ilustres economistas do Ancien Régime: Pedro Malan, André Lara Rezende (imortalizado no livro “Cabeças de Planilha”, do Luis Nassif), Demóstenes Madureira de Pinho, Sergio Werlang, do Banco Central fernandista.
Essa ideologia da “volta do intervencionismo” para explicar o baixo crescimento de 2012 – e como explicar o alto de 2013 ? - é a nova lenga-lenga contra a Dilma (e o Nunca Dantes).
Quando o Banco Central do Fernando Henrique salvou o Cacciola e o BNDES, a Globo, não houve intervencionismo.
Foi obra do “livre mercado”.
Quando o Farol de Alexandria aplicava juros de 40% ao ano – clique aqui para ler “Atualizado – Lulilma 10 vs 0 FHC” - era “não intervencionismo” e os bancos ganhavam dinheiro sem precisar sair de casa (na Avenida Paulista).
Agora, quando o Itaú vê a água bater no joelho, com o ataque em pinça dos juros baixos, a Caixa e o BB, aí, ele tem que aumentar as garantias.
É daí que vem o Golpe: do “neo-estalinismo” da Dilma.
Ou, como diz o FT, o PiG-Sephora, da bota mandona, da “bossy boot” , da Dilma.
É desse ninho que saem os “especialistas” da GloboNews, do “Entre Caspas”, os neolibelês (**), os colonistas (***) - sai tudo da mesma agência-matriz.
O Brasil tem hoje a menor taxa de juros reais da História ! - esse é o problema.
Que atingiu a Avenida Paulista como aquele meteoro que caiu na Russia.
É importante reter os conceitos dessa entrevista.
Ela tem a profundidade de uma xícara de chá (às 17h00).
E se espalha com a velocidade da hipocrisia.
Em tempo: o Itaú mantém uma indestrutível relação com os tucanos de São Paulo. Especialmente com o Padim Pade Cerra e seu mentor, o Farol de Alexandria. É histórica. Como insinua o Bessinha. Esse Bessinha ...
Paulo Henrique Amorim
(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.
(**) “Neolibelê” é uma singela homenagem deste ansioso blogueiro aos neoliberais brasileiros. Ao mesmo tempo, um reconhecimento sincero ao papel que a “Libelu” trotskista desempenhou na formação de quadros conservadores (e golpistas) de inigualável tenacidade. A Urubóloga Miriam Leitão é o maior expoente brasileiro da Teologia Neolibelê.
(***) Não tem nada a ver com cólon. São os colonistas do PiG (*) que combateram na milícia para derrubar o presidente Lula e, depois, a presidenta Dilma. E assim se comportarão sempre que um presidente no Brasil, no mundo e na Galáxia tiver origem no trabalho e, não, no capital. O Mino Carta costuma dizer que o Brasil é o único lugar do mundo em que jornalista chama patrão de colega. É esse pessoal aí.