Banco Central cede ao PIF - o Partido da Inflação
Saiu no PiG (*) cheiroso:
Copom decide aumentar Selic em 0,5 para 8%
Por Murilo Rodrigues Alves e Alex Ribeiro | Valor
BRASÍLIA - O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central intensificou o ritmo de alta da taxa básica de juros da economia brasileira, com um aumento da taxa Selic de 0,5 ponto percentual, para 8% ao ano. A decisão representa dar prioridade ao combate à alta da inflação, a despeito dos sinais da fraca recuperação da atividade econômica.
Essa é a segunda alta seguida na meta da taxa Selic, num ciclo de aperto monetário que começou em abril com um aumento de 0,25 ponto percentual. O novo percentual entra em vigor amanhã e vale até dia 10 de julho, segundo e último dia da próxima reunião do comitê.
Com a elevação de 0,5 ponto percentual, a Selic alcança o mesmo patamar em que se encontrava de julho a agosto do ano passado. O recorde mínimo da taxa é de 7,25% ao ano, nível alcançado em outubro de 2012, quando o colegiado encerrou um ciclo de dez cortes consecutivos.
Diferentemente da reunião de abril, a decisão, desta vez, foi unânime.
Se por um lado era praticamente consenso no mercado que o colegiado continuaria o ciclo de aperto monetário, as dúvidas se resumiam ao ritmo que seria decidido na reunião de hoje. Dos 38 analistas econômicos consultados pelo Valor Data, 22 acreditavam em alta de 0,25 ponto percentual e 16 previam aumento de 0,5 ponto percentual.
A opção pela dose de 0,5 ponto percentual ocorreu mesmo após a divulgação, na manhã desta quarta-feira, do resultado abaixo do esperado (“esperado”por quem, cara pálida – PHA) do Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre. A taxa de câmbio, por outro lado, atingiu o maior valor em quase seis meses, em R$ 2,114.
O Banco Central não resistiu à pressão do PIF, o Partido da Inflação.
(O deputado Fernando Ferro, responsável pela criação do PiG (*), cunhou também esse maravilhoso PIF.
A Urubóloga é a porta-bandeira dos dois.)
PIF é o pessoal que acredita nessa inflação que a Globo nacionaliza através de seus telejornais (?): o pepino sobe na Moóca e o jornal nacional faz o pepino subir em Manaus.
(E o Bernardão quieto …)
Como demonstra o Valor, uma espécie de corneta do “mercado”, nem o “mercado” achava necessário mais do que um aumento de 0,25.
Como o PIB cresceu 0,6%, havia outro motivo para subir só 0,25 – se é que seria o caso de elevar a Selic, já tão alta.
Espera-se que o Tombini não se converta ao Meirellismo: derrubar a economia quando ela precisa de gás.
Paulo Henrique Amorim
(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.