Médicos: Mercadante recua. Como na Constituinte
Saiu no Globo:
Mercadante quer rever os 2 anos extras dos cursos de Medicina
Padilha, porém, defende manter proposta do Mais Médicos de atuação na rede do SUS
Os ministros Alexandre Padilha (Saúde) e Aloizio Mercadante (Educação) foram ontem ao Conselho Nacional de Educação (CNE) tratar da ampliação da duração dos cursos de Medicina, de seis para oito anos, prevista na medida provisória que criou o programa Mais Médicos. Embora tenham enfatizado que caberá ao conselho regulamentar a proposta, os dois ministros demonstraram que não estão com o discurso afinado sobre o tema.
Padilha reiterou a defesa de uma formação mais generalista dos médicos, de modo que os dois anos adicionais sejam dedicados à atuação na assistência básica e nas urgências e emergências. Já Mercadante voltou a mencionar a proposta, anunciada por ele na véspera, de que os dois anos extras sejam transformados em residência médica e não mais num segundo ciclo da graduação. Mercadante afirmou que essa nova residência obrigatória teria como foco a respectiva especialidade escolhida pelo médico e não apenas uma formação de caráter geral.
- É evidente que nós não podemos fazer residência só para clínica médica ou para atenção básica. Por exemplo, um médico que quer ser pediatra, ele faz a residência como pediatra, trabalhando no SUS obrigatoriamente durante dois anos. Isso vale para o ginecologista, para o anestesista, para todas as outras funções. Eles ficariam dois anos, já na sua formação específica, como residência, no Sistema Único de Saúde - disse Mercadante.
Padilha, por sua vez, afirmou que o chamado treinamento em serviço será mais abrangente do que as residências médicas tradicionais, cuja finalidade é formar médicos especialistas:
- Esses dois anos de treinamento em serviço serão mais amplos ainda, porque ele (o médico) vai ter supervisão atuando na atenção básica, onde nós temos muita dificuldade de ter profissionais médicos, e (também) na urgência e emergência.
Depois de mandar uma carta ao Otavinho para dizer que o “seu Frias” foi um baluarte da Democracia, o ministro Mercadante parece ter perdido o rumo de casa.
E, no caminho extraviado, se tornou um mestre em recuar.
E em aparecer.
Como na opinião do Ciro Gomes, o Governo Dilma tem uma equipe de quinta, Mercadante resolveu ser todos os ministros.
Diante da afonia incurável do Ministro Patriota, já, já ele assume o Ministério das Relações Exteriores e rompe relações com Cuba.
Foi ele, provavelmente, quem transformou a excelente ideia – do Franklin Martins e do Genoino– da Constituinte Exclusiva num projeto de 24 horas.
Ele e o zé Cardozo, que entra na posição de “sexta” categoria, na “escala Ciro Gomes”.
Agora, Mercadante quer abortar os dois anos adicionais para estudantes de Medicina.
E tirar a escada do Padilha.
Como se sabe, dos ministros da Dilma, Mercadante é membro destacado do time do Bernardo: Mercadante também plimpa.
Muda Dilma, muda, ignore as pesquisas.
Ou, como diz o Mino, muda Dilma !
Em tempo: da amiga navegante Jéssica Macêdo:
Mulher chora, defende Dilma e constrange médicos durante protesto
Uma mulher chorou, defendeu o programa da presidente da República Dilma Rousseff (PT) e constrangeu os profissionais da área da saúde presentes no protesto contra o projeto Mais Médicos. Eles realizaram uma passeata pelas ruas da Capital para protestar contra a importação de 6 mil médicos do exterior e cobrar melhorias no SUS (Sistema Único de Saúde).
Representante da ONG Mães Precoces Fragilizadas, Maria José Pinheiros ficou revoltado com o ato dos profissionais de saúde contra o programa Mais Médicos. “É revoltante ver o protesto contra um Governo humanitário, que está tentando resolver o problema de falta de médicos”, afirmou a mulher.
Bastante revoltada, ela gritou com os manifestantes, que a ouviram constrangidos. “Não é protesto, é baixaria. Não é justo vocês ficarem agitando desqualificando o programa do Governo”, disse.
“Os médicos estão lavando as ruas de sangue ao invés de ajudar e buscar atitudes para ajudar idosos e crianças”, lamentou. “Não estão fazendo nada”, argumentou.
A mulher, assim como os médicos, afirmou que não tem partido político nem preferência ideológica.
Clique aqui para ler "Leblon: Gasto com juros supera o custo do “Mais Médicos”.
Paulo Henrique Amorim