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Quer dizer que a Dilma ia à Boeing …

Como diz a fonte do Mino: nesse negócio dos caças é melhor o americano não se meter. Quem será a fonte ?
publicado 26/09/2013
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Saiu no Valor, o PiG (*) cheiroso:

Após espionagem, Dilma adia decisão sobre caças


Daniel Rittner e Leandra Peres

… a presidente Dilma Rousseff está praticamente convencida a adiar para 2015 a compra de novos caças para a Força Aérea (FAB), deixando o capítulo final da novela em torno do projeto FX-2 para um eventual segundo mandato.

A decisão em favor da americana Boeing estava perto de ser tomada, segundo auxiliares diretos da presidente. Mesmo com as manifestações de junho e as dificuldades orçamentárias, Dilma estava disposta a fechar negócio para adquirir um lote inicial de 36 caças F-18 Super Hornet, avaliado em pelo menos US$ 5 bilhões. A revelação de que ela teria sido alvo direto de espionagem pela Agência Nacional de Segurança (NSA) americana mudou completamente o humor de Dilma, que confidenciou a assessores sua intenção de não assinar nenhum contrato nos próximos meses.

(...)



Clique aqui para ler "Dilma vai ao Obama ou à Boeing ?".

Navalha

A revelação pela Carta Capital – há muito tempo, no Governo FHC, e o PiG (*) não se horrorizava – e, agora, pelo Greenwald (na Globo) da intervenção sistemática, institucional da espionagem americana no Brasil é a comprovação de que o Brasil não deve comprar os caças da Boeing.

Se, sem os Boeing, os americanos espionam a Petrobras e o leilão do pré-sal, imagine, amigo navegante, com 120 Boeings a sobrevoar o Brasil.

A comandar a Força Aérea brasileira !

As revelações de Snowden mostram que existe uma ligação genética entre a AT&T (leia “em tempo”), o Google, a Microsoft, o Yahoo, o Facebook e os serviços de inteligência americanos.

E a Boeing ?

Logo a Boeing não terá ?

Segundo o livro “The Capitalist Papers”, de Jerry Mander, editora Counterpoint, Berkeley, 2012, pág. 159, a Boeing era a TERCEIRA maior fornecedora para o Pentágono, em 2009.

A Boeing vinha atrás da Lockheed Martin e da Northrop Grumman.

As vendas da Boeing, por ano, ao Governo americano chegavam a US$ 23 bilhões – o que significava a metade das vendas da empresa.

(O primeiro lote de 36 caças ao Brasil sairia por US$ 5 bilhões.)

Agora, amigo navegante, uma empresinha que vendia em 2009 a bobagem de US$ 23 bilhões ao Governo americano não faria o pequeno favor de contar à CIA e à NSA o que seus caças e os computadores de seus caças registrassem num vôo rasante sobre o Palácio do Alvorada ?

Ou sobre o campo de Libra ?

Como se sabe, o Mino Carta é um jornalista maduro, já viu urubu voar de costas.

Já conversou com muita gente.

Sabe distinguir uma fonte de informação de primeira linha de uma fonte de segunda.

Não é que uma fonte do Mino, de primeiríssima, disse a ele que, nesse negócio dos caças, era melhor não deixar os americanos se meterem aqui ?

Clique aqui para ver como o Mino saudou a decisão de Dilma de não visitar Obama.

Em tempo: segundo o livro “Impérios da Comunicação – do telefone, à internet, da AT&T ao Google”- de Tim Wu, da editora Zahar, preciosa indicação do Sergio Amadeu ao ansioso blogueiro, na página 195 se descreve fato inacreditável.

Quando a II Guerra se aproximava do fim, o presidente Truman pediu a uma subsidiária da AT&T – que, hoje, praticamente, volta a monopolizar a telefonia americana – para guardar e supervisionar o desenvolvimento do Projeto Manhattan – aquele que produziu as bombas atômicas lançadas em Hiroshima e Nagasaki.

Esse material e essas pesquisas só foram transferidas para o Pentágono em 1992 !

E ainda esses neolibelês (**) pensam que nos Estados Unidos o Estado é mínimo …

Agora, amigo navegante, imagine o que a Boeing não guarda nos jardins de Seattle …

E não vai contar nada ao Obama quando a Petrobras descobrir outro campo de Libra.

Vai guardar contratual sigilo …

Em tempo2: segundo Mander, os Estados Unidos têm 32 mil bombas atômicas. E o Irã não pode ter uma … E, segundo Jimmy Carter, Israel tem 150...

 




Paulo Henrique Amorim


(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

(**) “Neolibelê” é uma singela homenagem deste ansioso blogueiro aos neoliberais brasileiros. Ao mesmo tempo, um reconhecimento sincero ao papel que a “Libelu” trotskista desempenhou na formação de quadros conservadores (e golpistas) de inigualável tenacidade. A Urubóloga Miriam Leitão é o maior expoente brasileiro da Teologia Neolibelê.