Escândalo: Governo quer que Petrobras produza mais!
O Conversa Afiada reproduz post de Fernando Brito, extraído do Tijolaço:
Escândalo! Governo está obrigando Petrobras a produzir petróleo!
Ficamos sabendo, graças ao O Globo, que a “ingerência política” do Governo está obrigando a Petrobras a apressar a instalação de nove unidades de produção, vão representar um acréscimo de um milhão de barris de petróleo por dia de capacidade instalada no país a partir do ano que vem. Ou, “apenas” mais 50% em nossa produção de óleo cru.
Deu para perceber que coisa escandalosa? Uma empresa de petróleo produzir mais petróleo e mais rápido para ter recursos para procurar e extrair mais petróleo?
Ora, qualquer um sabe – até o “consultor” de O Globo, Adriano Pires – que empresas de petróleo, quando possuem condições técnicas e financeiras, buscam antecipar ao máximo a entrada em produção de seus campos. Exatamente porque o petróleo que sai dali gera caixa para fazer frente a novos investimentos.
É curioso que, em abril deste ano, o mesmo jornal anunciava, com grande destaque, que tudo na Petrobras estava atrasado, em matéria de produção
“(…)a estatal enfrenta atrasos na construção em seis de dez projetos de produção previstos para este ano e o próximo — elevando, assim, segundo analistas, os riscos de não cumprimento de suas metas. De acordo com o Plano de Negócios 2013/2017, a situação mais crítica ocorre nos sistemas planejados para 2013: dos sete, cinco estão fora do cronograma. Para 2014, um dos três previstos está atrasado”.
E aí, claro, começa a cantilena pelo aumento do preço dos combustíveis, que estão baratos demais, embora O Globo não pare de publicar matérias sobre como é cara a gasolina brasileira.
Tudo para ir dourando a pílula e chegar num ponto que não pode ser dito diretamente, e que é o central para essa gente.
“A outra opção seria o governo não exigir que a Petrobras tenha, no mínimo, 30% de participação na exploração do pré-sal. Caso contrário, segundo Ana, o desenvolvimento da indústria petrolífera terá seu ritmo ditado pela capacidade de investimentos limitada da Petrobras.”
Capacidade limitada de investimentos que, como se vê, foi capaz de acelerar a construção e equipagem de navios e sistemas para poder ampliar, em pouco mais de um ano, em 50% a produção. E falar em desenvolvimento da indústria petrolífera, você sabe, é igual àquela história da Vale: tudo lá fora.
Ou você leu sobre alguma petroleira que esteja encomendando um navio, uma plataforma, algum equipamento pesado aqui?
É por isso que esse onirismo de “deixa o petróleo lá” esperando que tudo seja um mar de rosas é, quando não é puerilidade, é irresponsabilidade.
Ou, pior, um ardil para que, amanhã, possam voltar ao esquema entreguista do passado, que está fazendo o possível para tentar passar a imagem de “fracasso” de nossa política de exploração de petróleo e de nossa petroleira, a maior ferramenta de progresso econômico do Brasil, a Petrobras.
Por: Fernando Brito
Clique aqui para ler "Pré-sal: eu queria ser o Adriano Pires".