Leilão anaboliza o entreguismo
Saiu no PiG (*) cheiroso, o Valor:
Modelo de exploração do pré-sal deve mudar após o leilão de Libra
Encerrado o leilão do campo de Libra, que ocorre hoje à tarde no Rio, abre-se uma "janela" até 2015 para a rediscussão do modelo de exploração de novos campos no pré-sal, a partir da constatação de que a lei da partilha tem alguns problemas. Essa é a expectativa de representantes do setor privado após intensos contatos com o governo nos últimos meses. "A ideia é, depois do leilão de Libra, arrumar a casa para o que vier adiante", disse um interlocutor do governo nessa área.
Um dos aspectos que será objeto da discussão é a determinação legal de que a Petrobras seja a operadora única de todos os campos, tendo que deter no mínimo 30% de cada poço de petróleo do pré-sal. Outro, que é motivo de inquietação tanto nas empresas privadas quanto na própria Petrobras, refere-se ao papel destacado à Pré-Sal Petróleo (PPSA), empresa estatal que não colocará um centavo no negócio, mas terá 50% do comitê operacional do consórcio vencedor e poder de veto.
Segundo o PiG cheiroso, portanto, “representantes do setor privado” - interlocutores exclusivos do PiG cheiroso e do que fede, também – querem detonar a grande obra do Nunca Dantes, que retomou a Petrobras do Príncipe da Privataria.
Veja bem, amigo navegante: o PiG cheiroso vai na veia do interesse “privado”.
Reduzir o papel da Petrobras e aumentar o da Petrobrax.
E dinamitar a importância da PPSA, que vai administrar o Fundo Social – o dinheiro proveniente da fortuna do pré-sal.
Mas, o entreguismo do PiG cheiroso não se limita à primeira página.
É um caderno inteiro em defesa os interesses dos “representantes do setor privado”
(O Valor tem essa vantagem: sabe que interesses defender e não engana o leitor incauto.)
O Bank of America (êpa !) assegura, aí, que a Petrobras é a empresa de petróleo mais endividada do mundo.
A primeira coisa que o Bank of America deveria fazer é se recusar a emprestar à Petrobras, já que ela não tem patrimônio …
“Leilão de Libra chega na pior hora para Petrobras”, diz uma página interna.
Numa outra página de defesa dos interesses privados, o Valor assegura que o Brasil corre o risco de sofrer com a maldição da descoberta do pré-sal.
(O ansioso blogueiro jamais se esquece de quando foi descoberto o pré-sal e teve a infeliz ideia de entrevistar o Adriano Pires – leia “quando eu crescer quero ser o Adriano Pires”.
Pois, não é que o Adriano Pires disse que tinha sido uma desgraça descobrir o pré-sal ?)
Davizinho, interlocutor privilegiado do PiG, prevê, no Valor, com que o Brasil vá ganhar tanto dinheiro com a exportação de petróleo que será uma desgraça: o Real será valorizado e a indústria nacional vai quebrar.
Um jenio.
Tão jenial, que foi “consultor” do Cerra para assuntos de energia na bem sucedida campanha presidencial de 2010.
Só ele pensou nisso.
Só ele soube da chamada “doença holandesa”, que afeta países que exportam petróleo demais.
Um jenio.
E as refinarias, Davizinho ?
E o Fundo Social para a Educação ?
Para a Saúde ?
Outro ponto de ataque furioso do PiG cheiroso é a regra do “conteúdo nacional”.
A Petrobras prefere comprar de empresas brasileiras que empregam brasileiros …
Os representantes do setor privado gostavam de comprar plataformas em Cingapura e dar emprego em Cingapura.
Viva o Brasil !
O PiG jamais perdoará o Lula por tomar a Petrobras de volta deles.
O PiG boicota a Petrobras desde quando o Dr Getúlio criou a Petrobras.
E ajudou a atirar no peito dele.
Paulo Henrique Amorim
(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.