Libra: Dilma não é privateira nem estatista
A composição do consórcio vencedor de Libra é uma obra-prima política.
Os Urubólogos neolibeles (*) anunciavam que o leilão seria um fracasso, porque as maiores não se submeteriam ao estatismo insaciável de Dilma, a terrorista (eles não usam a palavra “terrorista”, mas está implícita nesse tipo de argumento).
Outros diziam que ela ia Privatar, como o Príncipe da Privataria.
E afundar a Petrobras na P-55 da Petrobrax.
Como estatista furiosa, se a Shell e a Total, grandes players internacionais se submetem a essa “terrorista” ?
A Shell não é boba.
Há muito tempo ela está no Brasil e há pouco tempo ela se associou à Raizen em projetos de Energia e Logística.
Ela conhece a fera.
E o tamanho do Brasil.
(Quem não conhece é a Urubologia trancafiada no eixo Jardim Botânico, Instituto Millenium (o IPES com botox) e a Casa das Garças, subproduto do Consenso de Washington, financiado com dinheiro dos bancos americanos.)
A Dilma também não é privateira, porque a União – o povo brasileiro - fica com 41,65% do petróleo extraído em Libra e, desses, a Petrobras ficará com 40% (a Shell com 20%, a Total com 20% e as chinesas com 20%).
Como diz o amigo navegante, os Urubólogos achavam que a Dilma e a Graça iam esperar a chuva cair na horta.
Iam ficar a ler o PiG (**)...
E as duas construiram uma engenharia financeira tão inteligente quanto é sofisticada a engenharia política.
E Libra é só o começo.
Lula deve estar dando gargalhadas !
E o Dr Getúlio ?
E Jango ?
E Brizola ?
É uma festa – de lenço vermelho !
Em tempo – dizem que a Chevron deu bye-bye ao Cerra. Não quer mais ouvir falar das promessas dele.
Paulo Henrique Amorim
(*) “Neolibelê” é uma singela homenagem deste ansioso blogueiro aos neoliberais brasileiros. Ao mesmo tempo, um reconhecimento sincero ao papel que a “Libelu” trotskista desempenhou na formação de quadros conservadores (e golpistas) de inigualável tenacidade. A Urubóloga Miriam Leitão é o maior expoente brasileiro da Teologia Neolibelê.
(**) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.