Partilha: bronca é com a PPSA e a “operadora única”
A presidenta Dilma Rousseff deve estar muito feliz com o PiG (*), depois da retumbante vitória em Libra, o “passaporte para um grande futuro”.
O jornal nacional recorreu aos suspeitos de sempre.
Enquanto a Globo Overseas combater o regime de partilha e a Petrobras com o Adriano – quando crescer quero ser o Adriano - e o genro, porque foi genro do Príncipe da Privataria, que, segundo a Reuters, venderam Libra, enquanto estavam na Agência do Petróleo, por R$ 250 mil, enquanto forem eles os cérebros da Overseas, o regime de partilha permanecerá tão sólido quanto o Pão de Açúcar.
Não corre nenhum risco.
A presidenta deve estar muito feliz com a leitura do Valor, o PiG (*) cheiroso.
Com o apoio de luminares da Ciência Petrolífera e líderes políticos de Poder descomunal, o Valor, cheirosíssimo, reafirma, depois da acachapante derrota, que o regime de partilha será revisto.
Mesmo depois de a Presidenta ter dito, no pronunciamento, ontem, na tevê, que o leilão foi uma vitória da partilha e que não tinha nada de entreguista.
Para mudar a Lei, o Valor e seus devotados colonistas (**) precisam fechar o Congresso Nacional e, nos gabinetes de seus “especialistas”, “consultores” privateiro-entreguistas, redigir uma nova Lei.
Porque o que está aí foi amplamente discutido no Congresso e ali aprovado por maioria esmagadora.
Ou seja, em matéria de petróleo, o PiG não dialoga nem com esse Congresso conservador que aí está.
(O que não eximiu a SECOM de fazer um trabalho de esclarecimento prévio ao leilão.)
A leitura do cheirosíssimo leva a concluir que a bronca é com a “operadora única”, a Petrobras, e a PPSA, a Pré-Sal Petróleo S/A, que terá o poder de vetar os programas de exploração das empresas vencedoras.
Além do mais, a PPSA, devidamente estatal, controlará o cumprimento da Lei para destinar o dinheiro do pré-sal à Educação e à Saúde.
O que o PiG – cheiroso e não cheiroso – quer, apenas, é que a Petrobras perca os poderes previstos em Lei: ter pelo menos 30% da exploração de qualquer campo do pré-sal (em Libra terá 40%), e ser a operadora única.
Tão bonzinhos – como observa o Tijolaço -, os privateiros-entreguistas querem poupar a Petrobras do sacrifício de mandar no pedaço.
É muito sofrimento – deveria dividi-lo com a Chevron ou a Exxon …
Quanto à PPSA, ela foi o pulo do gato do Lula.
Até a Petrobras terá que se submeter ao controle técnico, imparcial, dos xerifes do pré-sal.
Claro que os cheirosos preferiam que isso se deslocasse para a reunião do Conselho de Administração da Globo Overseas.
Quando a Dilma disse que a oposição deveria estudar mais ela estava de olho no PiG em Libra.
A Presidenta errou, na modesta opinião deste ansioso blogueiro.
Enquanto o Adriano e o genro forem a matriz pensante da oposição, vai ser mamão com açúcar.
Melhor é ela fazer como na guerra: não levar os prisioneiros para casa.
Paulo Henrique Amorim
(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.
(*) Não tem nada a ver com cólon. São os colonistas do PiG (*) que combateram na milícia para derrubar o presidente Lula e, depois, a presidenta Dilma. E assim se comportarão sempre que um presidente no Brasil, no mundo e na Galáxia tiver origem no trabalho e, não, no capital. O Mino Carta costuma dizer que o Brasil é o único lugar do mundo em que jornalista chama patrão de colega. É esse pessoal aí.