Investigação 2474: quem botava $ no Valeriodantas ?
“Há lógica na sua loucura” (Shakespeare, Hamlet, Ato 2o, cena 2).
No dia 11 de setembro de 2008, o Conversa Afiada publicou um post sobre a investigação 2474.
O ansioso blogueiro foi atrás desse post instigado pela reiterada questão que o Stanley Burburinho formula no twitter: o que está dentro da investigação 2474 ?
Em 2008, o Conversa Afiada dizia que tinha recebido a visita de passarinho, que pousou na janela de casa.
E contou:
Há várias ações derivadas dos crimes do mensalão.
A denuncia da primeira ação chegou ao Supremo e ao relator nomeado e re-nomeado por Lula, Antônio Fernando, ANTES da conclusão dos trabalhos da CPI do mensalão.
Antônio Fernando, então, propôs a ação 470 ANTES do fim da CPI.
Ou seja, não esperou as conclusões da CPI para denunciar aqueles que batizou de “Ali Babá e os 40 ladrões”.
Como eram 40 réus, o Ali Babá só poderia ser o Lula.
Portanto, tratava-se de uma ameaça velada ao Presidente da República: cuidado que, a qualquer hora, você entra na roda.
Tem um semi-aberto à tua espera, Ali Babá …
Segundo o Nassif, hoje, Antônio Fernando advoga para … quem ? Para o imaculado...
Encaminhar Lula ao “semi-aberto” do Barbosa foi o que se tentou várias vezes, no julgamento do mensalão (o do PT), inclusive quando o Ministro Marco Aurélio (Collor de) Mello chamou Lula de “safo “ - clique aqui para ler “a que safo Mello se refere ?”.
Como se sabe, a CPI do Mensalão tentou, até os 45' do segundo tempo, livrar o imaculado banqueiro.
Com a gentileza do deputado zé Eduardo Cardozo, dos senadores Heráclito Fortes, Delcídio Amaral (tucano infiltrado no PT), e do relator do PMDB, Osmar Serraglio, quase que Dantas consegue ficar fora do relatório final.
A verdade é que ficou.
Porque Antônio Fernando procurou, procurou, procurou e achou 40 ladrões, achou um Ali Babá e não achou o imaculado.
Agora vem a outra ação.
Trata-se daquela que deriva da investigação 2474.
Aí, dizia, textualmente o Conversa Afiada, então: “Dantas, esse é o teu número: 2474”.
Em 2013 se soube que a investigação 2474 está sob sigilo de Justiça.
E, por decisão do Presidente Barbosa – que, segundo a AMB, usou do “canetaço”- só Dantas teve acesso a ela.
Aí, na 2474 deve estar a resposta a uma pergunta trivial: de onde o Marcos Valeriodantas tirava dinheiro para financiar o Caixa Dois do PT.
(Sim, porque o dito “mensalão” sempre foi e será um Caixa Dois de campanha.)
Porque se sabe que o dinheiro da Visanet não foi usado para isso.
A Visanet não era estatal nem tinha grana suficiente para pagar as dividas do PT com o PL, com Duda e com o PTB.
Àquela altura, o Valeriodantas e Clésio Andrade – vice de Aécio - já não tinham acesso ilimitado aos cofres do PSDB – de Eduardo Azeredo, em Minas, e de Fernando Henrique Cardoso, na SECOM de então.
Nem os laços afetivos e financeiros de Pimenta da Veiga com o Valeriodantas levantavam mais dinheiro no Rural e no BMG.
Com os tucanos, Valeriodantas se esbaldava.
Mas, Itamar derrotou Azeredo, que tentava a reeleição, numa milionária campanha dirigia por Valeriodantas.
E sem os tucanos de Minas ?
E sem os tucanos generosos da SECOM ?
Com Itamar e Lula, Valeriodantas ficou sem guichê.
De onde, então, vinha o dinheiro do Valeriodantas ?
Quem botava grana naquele duto largo ?
Fala, Valerio, fala !
Clique aqui para ler um resumo das relações do Valeriodantas com BRT, então administrada (?) pelo imaculado banqueiro.
O amigo navegante entendeu por que interessa provar que o dinheiro da Visanet era estatal ?
Porque tira o imaculado banqueiro da roda.
E por que tantos defendem o Pizzolato, mas, subitamente, param diante da muralha, diante do imaculado ?
Por que a 2474 ficou em segredo ?
Agora, chegamos a Hamlet.
Há uma lógica no bonapartismo de Joaquim Barbosa.
É a lógica que vem lá detrás, do Antônio Fernando, que concebeu e montou a operação que equivale a apear o PT do Poder.
Um Golpe de Estado.
Pelo MP, uma adaptação do Golpe Paraguaio.
Clique aqui para ler “MP, o DOI-CODI da Democracia”.
A lógica que seguiu o prevaricador, segundo Collor da tribunal do Senado.
É a mesma que o relator, juiz e juiz de execuções penais, Joaquim Barbosa executou.
Barbosa não foi acometido de súbita instabilidade emocional.
Reações que, mal interpretadas, possam dar a ideia de falta de equilíbrio.
Não.
A questão não é pessoal, produto de uma personalidade belicosa.
Não é uma questão de pessoas ou temperamentos.
Não se dá um Golpe de Estado com manuais de Psicologia Aplicada
Shakespeare tem razão.
Ele entende de reis e de césares.
E de punhalada pelas costas.
Tem uma lógica.
A questão não é ser ou não ser.
É mais simples, mais terra-a-terra: de onde vinha o dinheiro do Valeriodantas ?
Caía do céu ?
Chovia dinheiro na horta dele ?
Ele achou na lata do lixo ?
Ganhou na mega-sena da virada?
Está tudo lá: na 2474.
Por isso ela é secreta, Burburinho.
Paulo Henrique Amorim