Gripen é o melhor para defender o pré-sal
A escolha do caça Gripen da Saab sueca mandou os americanos embora.
Como dizia aquela fonte do Mino Carta – quem será? - nessa questão dos caças é melhor não deixar os americanos enfiar o nariz.
Isso era um perigo concreto e o Conversa Afiada ficou muito preocupado, quando a Presidenta Dilma confirmou que ia a Washington.
O Conversa perguntou: Dilma vai a Obama ou à Boeing ?
Felizmente, o presidente Obama não encontrou explicações satisfatórias para o grampo da Petrobras – e era isso que o importava, no episódio: a soberania sobre o pré-sal – clique aqui para ver por que o Aécio não tratou do pré-sal, em magistral artigo de Saul Leblon.
E a Presidenta não foi a Washington – nem à Boeing, para decepção do Ataulfo Merval (*) e os pigais colonistas (**) colonizados.
A solução do Gripen mostrou-se adequada.
O Gripen é mais barato (US 4,5 bilhões, por 36 caças) que o Rafale (US$ 8 bi) da Dassault, e o F-18 (US$ 7,5 bi) da Boeing.
A Suécia vai financiar inteiramente o projeto e o Brasil só começa a pagar em 2023, quando for entregue o último avião.
A Saab vai abrir a caixa preta.
A produção será feita em conjunto na Suécia e no Brasil, provavelmente na Saab de São Bernardo, cujo prefeito é Luis Marinho, do PT (que horror !), e na Embraer.
Como diz no Estadão (pág. A4), o professor James Waterhouse, da USP, em São Carlos,: “a Saab quer compartilhar o produto com o Brasil. Para um país pequeno como a Suécia, manter a proficiência tecnológica de um caça tem custo alto”.
O Brasil e a Suécia vão exportar o Gripen.
Sozinha, a Suécia não teria bala para construir a escala que a mantivesse na ponta da tecnologia nem poder de fogo para se tornar uma forte exportadora.
O Brasil tem.
O Brasil vai deter a tecnologia de um produto de ponta e se tornar parceiro num ciclo de exportação de alto valor agregado.
O Brasil vai deter a patente dos sistemas que forem produzidos no Brasil.
Está tudo muito bem, tudo muito bem, mas é preciso garantir:
1) que a Gripen, de fato, como anunciou, não deva a fabricantes americanos nenhuma dependência tecnológica – ou de inteligência - em partes ou componentes;
2) que a compra dos caças suecos se associe a uma ampla política de Defesa que preveja, no médio e longo prazos, outros equipamentos de dissuasão: submarinos nucleares, baterias antiaéreas, plataformas de lançamentos de mísseis, e inteligência para coordenar o trabalho dos caças e dos submarinos nucleares na defesa infatigável do pré-sal – e da soberania nacional.
Tudo isso, enquanto não vem a bomba !
A propósito, ler outros posts sobre a matéria, aqui publicados:
Para defender o pré-sal, já !
E quem vai defender o pré-sal ?
Não deixe de ler também o Fernando Brito: "Grippen: Brasil opta pela transferência de tecnologia".
E muita atenção, alerta máximo: “no México, o Fernando Henrique vendeu a Petrobrax aos americanos”.
E aqui você pode ver como a Dilma se divertiu com a Petrobrax do Aécio.
Paulo Henrique Amorim
(*) Ataulfo de Paiva foi o mais medíocre – até certa altura – dos membros da Academia. A tal ponto que seu sucessor, o romancista José Lins do Rego quebrou a tradição e espinafrou o antecessor, no discurso de posse. Daí, Merval merecer aqui o epíteto honroso de “Ataulfo Merval de Paiva”, por seus notórios méritos jornalísticos, estilísticos, e acadêmicos, em suma. Registre-se, em sua homenagem, que os filhos de Roberto Marinho perceberam isso e não o fizeram diretor de redação nem do Globo nem da TV Globo. Ofereceram-lhe à Academia.E ao Mino Carta, já que Merval é, provavelmente, o personagem principal de seu romance "O Brasil".
(**) Não tem nada a ver com cólon. São os colonistas do PiG que combateram na milícia para derrubar o presidente Lula e, depois, a presidenta Dilma. E assim se comportarão sempre que um presidente no Brasil, no mundo e na Galáxia tiver origem no trabalho e, não, no capital. O Mino Carta costuma dizer que o Brasil é o único lugar do mundo em que jornalista chama patrão de colega. É esse pessoal aí.