Economia

Você está aqui: Página Inicial / Economia / 2014 / 01 / 05 / FHC roda, roda e cai no colo do Tio Sam

FHC roda, roda e cai no colo do Tio Sam

Como a ALCA não deu certo, o Príncipe tenta vender a outra mercadoria made in USA.
publicado 05/01/2014
Comments

Saiu no Estadão e no Globo Overseas um daqueles gordurosos artigos dominicais do Príncipe da Privataria:

Como se sabe, o PiG (*) é o foro privilegiado do Privateiro-Chefe.

Fernando Henrique Cardoso: Mudar o rumo


A política externa precisa rever seu foco; é necessário que o Brasil estreite relações com os Estados Unidos e a Europa ...

Ano Novo, esperanças de renovação.

(É um jenio !)

Mas como? Só se mudarmos o rumo. A começar pela visão sobre o mundo que ressurgirá da crise de 2007/08. O governo petista, sem o dizer, colocou suas fichas no “declínio do Ocidente”. Da crise surgiria uma nova situação de poder na qual os Brics, o mundo árabe e o que pudesse se assemelhar ao ex-terceiro mundo teriam papel de destaque.

(Para os neolibelês (**), “terceiro-mundo” é uma invenção de hereges, a expressão “Tiers Monde” nasceu nos anos 50, na França, para descrever a injustiça social que assolava os países pobres, os que não eram da esfera americana ou soviética. Mas, como discutia a pobreza e a miséria, os tucanos saem às pressas … Acusar de “terceiro mundista” a política externa que não tira os sapatos sempre foi um argumento dos editorialistas do PiG, como o FHC - PHA)  

A Europa, abatida, faria contraponto aos Estados Unidos minguantes (sic).

Não é o que está acontecendo: os americanos saíram à frente
(com a pior distribuição de renda, desde 1913 - PHA) depois de umas quantas estripulias (as vítimas da roubalheira dos bancos, os compradores de casa própria com derivativos falsos têm outra palavra para descrever o inferno em que vivem – PHA) para salvar seu sistema financeiro e afogar o mundo em dólares, e deram uma arrancada forte na produção de energia barata.

O mundo árabe, depois da Primavera, continua se estraçalhando (sic) entre xiitas, sunitas, militares, seculares, talibãs e o que mais seja
(olha o preconceito ! - PHA); a Rússia passou a ser produtora de matérias-primas (o Putin caiu na gargalhada, a bordo de um Sukhoy …  – PHA).  

Só a China foi capaz de dar ímpeto à sua economia.

(…)

Nessa ótica, é óbvio que a política externa brasileira precisará mudar de foco, abrir-se ao Pacífico, estreitar relações com os Estados Unidos
( sempre ! - PHA) e a Europa, fazer múltiplos acordos comerciais, não temer a concorrência e ajudar o país a se preparar para ela (com o câmbio lá nas alturas, na altura de dois Gustavos Francos, para quebrar o Brasil ! - PHA .)

O Brasil terá de voltar
(ao Governo do Príncipe da Privataria, que ia ao FMI como quem vai à Avenue Foche, em Paris ? - PHA) a assumir seu papel na América Latina, hoje diminuído pelo bolivarianismo (quer dizer que o Itamaraty é “bolivarista”? ) - PHA) prevalecente ( sic) em alguns países e pelo Arco do Pacífico (é a lição que o discípulo Aécio repete sem nenhuma criatividade: debruçar-se no colo dos Estados Unidos - PHA), com o qual devemos nos engajar, pois não deve nem pode ser visto como excludente do Mercosul.

Navalha

A virtude do neolibelismo pátrio, de que a Urubóloga é a teórica proeminente, é a falta de imaginação.

Do Consenso de Washington e de tirar os sapatos para os americanos eles não evoluem.

Estão aí empacados desde 1994, quando o FHC se apossou do Plano Real do Itamar.

A outra vantagem é que seus sucedâneos e candidatos a herdeiros, os “socialistas” do Dudu não saem da mesma arapuca.

Sepultada a ALCA, sonho de consumo de Clinton e Bush, pai e filho, a palavra de ordem, agora é o “Arco do Pacífico”, ou “Aliança do Pacífico”.

O que equivale a dizer que o Atlântico é irremediavelmente nosso.

Logo, o jeito é se entregar aos braços do Titio no Pacífico.

Tio Sam vai apunhalar o Brasil pelas costas, com o punhal dos tucanos.

O Aécim seguiu a cartilha do padrinho com devoção.

(Se levasse o Cerra e o Alckmin a sério, o Aécim escondia o Príncipe até a eleição ...)

Aécim reproduziu o Mestre sem nenhuma contribuição original.

“Contribuição original” não é o forte dos tucanos.

Já, já o Dudu, à beira do Atlântico, também vai falar no “Arco” do Pacífico.

Só que, para esse “Arco”, a Dilma não vai botar um tusta do PAC em Pernambuco.

 



Em tempo: outro colonizado é o colonista (***) dos múltiplos chapéus. Neste domingo, ele informa entre basbaque e comovido que o ex-prefeito de Nova York, Michael Bloomberg, mega-milionário, entregou o cargo a um socialista - que o colonista ignora - e foi embora para casa, no outro extremo da ilha de Manhattan, de metrô. Que maravilha ! Viva a Democracia (americana). Só tem um detalhe. Naquela hora da manha, ir de um extremo a outro da ilha, na superfície, só é melhor do que passar em frente ao Iguatemi em Salvador, em dia de semana. Sofre-se muito na Colônia ...


Paulo Henrique Amorim


(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

(**) “Neolibelê” é uma singela homenagem deste ansioso blogueiro aos neoliberais brasileiros. Ao mesmo tempo, um reconhecimento sincero ao papel que a “Libelu” trotskista desempenhou na formação de quadros conservadores (e golpistas) de inigualável tenacidade. A Urubóloga Miriam Leitão é o maior expoente brasileiro da Teologia Neolibelê.

(***) Não tem nada a ver com cólon. São os colonistas do PiG que combatem na milícia para derrubar o presidente Lula. E assim se comportarão sempre que um presidente no Brasil, no mundo e na Galáxia tiver origem no trabalho e, não, no capital. O Mino Carta costuma dizer que o Brasil é o único lugar do mundo em que jornalista chama patrão de colega. É esse pessoal aí.