Valor acredita mais no Mantega que na Dilma
O Ministro Guido Mantega gosta de tomar riscos.
Ele dá entrevistas a jornalistas do PiG (*) com a frequência de um esportista radical.
Um dia depois do es-pe-ta-cu-lar resultado do emprego – clique aqui para ler “bye-bye segundo turno”, que o PiG noticiou com vários “mas” - o PiG cheiroso, o Valor, cada vez mais PiG e menos cheiroso, fez entrevista num cesto de cascas de banana.
O Ministro não derrapou nas que Claudia Safatle e Edna Simão lhe lançaram:
Meta de inflação e redução da dívida são "inarredáveis"
(…)
Valor: A festa (sic) para as economias emergentes acabou?
Mantega: Não diria isso. É uma crise passageira. É só recuperar a economia internacional, as exportações, o comércio, que os emergentes passam a ter uma dinâmica nova de crescimento.
Valor: Nessa nova dinâmica de crescimento também é preciso considerar (modestamente – PHA) o impacto para os emergentes do crescimento dos Estados Unidos e a perspectiva (?) de um ritmo menor de expansão da China.
Mantega: O crescimento dos Estados Unidos é bom para os emergentes. Eles vão importar mais.
Valor: O sr. acha que é apenas uma transição e que não muda a dinâmica de crescimento das nações emergentes?
Mantega: É uma turbulência, uma volatilidade que pode terminar se houver, por exemplo, alguma notícia positiva da China. Mas são suposições. Ninguém sabe.
Valor: Já há análises que apontam que a China pode cair para um padrão de crescimento de 6%..
Mantega: Ouço essa conversa faz tempo e isso não ocorre. A China desacelerou, mas parece que bateu num patamar médio de 7,5%. Não me parece que deva desacelerar mais do que isso. Então essa é a grande incógnita.
(...)
Estamos melhor preparados, porque temos mais reservas internacionais. Em 2008, tínhamos US$ 200 bilhões e hoje temos US$ 375 bilhões.
(...)
Valor: O que o sr. vê como nossas virtudes (já que o Valor não vê nenhuma ! - PHA) ?
Mantega: Uma economia que tem crescimento moderado. Os países europeus não têm, estão começando a ter. Diante de um problema de ordem financeira e cambial internacional, nós temos reservas internacionais altas e uma dívida externa de curto prazo baixa, de 7% da dívida total. No México é 19%, na Rússia, 13% e no Chile, 14%. Esse é um indicador importante, porque quando a coisa aperta falta liquidez.
No ano passado só dois emergentes fizeram superávit primário, o Brasil e a Turquia. Os outros todos estão no negativo. Até a China está com resultado primário negativo. Nosso primário nos últimos oito anos foi, na média, de 2,9% do PIB e é o maior entre os países do G-20. Só perdemos para a Arábia Saudita.
Valor: O sr. diria que os compromissos assumidos pela presidente (sic) com a meta de inflação de 4,5% e com um superávit primário consistentes com a redução do endividamento público são irredutíveis, inarredáveis (há, portanto, a hipótese de a Presidenta vender gato por lebre, algo assim como um 171 … - PHA) ?
Mantega: Claro. São irredutíveis, inarredáveis.
(Como se a palavra do Ministro valesse mais do que a da Presidenta ! -PHA)
(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.