Pasadena ? E a CPI do Agnelli na Guiné ?
Saiu no Valor, o PiG (*) cheiroso:
Vale admite perder jazida na Guiné
Por Francisco Góes e Rafael Rosas | Do Rio
Em documento enviado à Securities Exchange Commission (SEC), a CVM americana, a Vale reconheceu oficialmente a possibilidade de perder US$ 507 milhões aplicados na compra dos direitos minerários da jazida Simandou, na Guiné, país da costa ocidental da África. "Se o comitê técnico [criado pelo governo local] recomendar a revogação [do direito minerário] e o governo da Guiné decidir aceitar essa recomendação, a Vale poderá perder todo o seu investimento no projeto de Simandou", disse a empresa no texto, acrescentando que isso ainda está sujeito a eventuais direitos de recurso que a companhia possa ter.
(...)
Em reportagem de Consuelo Dieguez naquela revista de banqueiros por banqueiros para banqueiros, a Piauí, onde o Fernando Henrique disse que “o 7 de setembro é uma palhaçada”, lê-se também sobre “como a Vale (de Roger Agnelli) assinou um acordo para assumir todos os custos e uma transação bilionária e obscura na Guiné”.
Ali se sabe que:
- Roger Agnelli, Imperador da Vale de 2001 a 2001, atropelou os membros do Conselho de Administração e fez negócio com um polêmico empresário israelense, Beny Steinmetz, o “rei do diamante” que não entende nada de minério de ferro.
Mas, sua empresa de Public Relations entende muito de políticos e mulheres de políticos africanos.
- Agnelli concordou em pagar US$ 2,5 bilhões para ficar com 51% da área, sendo que os US$ 500 milhões foram entregues na assinatura do contrato;
- Beny tinha colocado US$ 106 milhões no negócios e vendeu ao Agnelli por US$ 2,5 bi !!! Êpa ! Êpa !;
- Para explorar a mina de ferro, a Vale teria que construir uma ferrovia de 650 km ( !!!) que passaria pela Libéria, outro país, portanto;
- Como a costa da Guiné é muito rasa e não pode receber os grandes navios de minério, sem a ferrovia liberiana o negocio não tem futuro;
- Mesmo assim, Agnelli acreditou no Beny: “o Beny nos disse que estava tudo certo”, que ele tinha falado com os governos da Liberia e da Guiné: TUDO DE BOCA, portanto !;
- Sergio Rosa, presidente do Conselho, e também presidente da Previ, o mesmo que se meteu na patranha da BrOi, aprovou a compra;
- Acontece que o novo presidente da Guiné, Alpha Condé, depois de muitos anos de ditaduras corruptas, recorreu ao velho amigo George Soros para rever o contrato;
- Soros deixou de falar com Agnelli, quando viu que pretendia defender o Beny;
- Não há mão de obra na Guiné para explorar a mina.
Agnelli queria usar o sistema fly-in e fly-out que se usa para transportar os funcionários das plataformas de petróleo, o que, evidentemente, se confunde com um delírio;
- Apesar de o Farol de Alexandria, também Príncipe da Privataria ter vendido a Vale a preço de banana, por sugestão do Padim Pade Cerra – como ele confessa nessa histórica entrevista, a Vale nunca se desligou do Estado: os maiores acionistas são os fundos de pensão de empresas estatais: Previ, Petros, Funcef e o BNDESpar.
- Depois que o Agnelli mandou comprar navios na China e demitiu 1.300 funcionários, o Lula e Dilma, finalmente, conseguiram mandá-lo embora, apesar da campanha que fez no PiG para continuar;
- O novo presidente do Conselho, em lugar de Rosa, veio diretamente do Banco do Brasil: Ricardo Flores;
- E foi Flores quem deu o tiro na nuca de Agnelli: ficou possesso ao saber que a Vale tinha pago US$ 500 milhões SEM qualquer garantia !
Como se sabe, o PiG (*) exibia o Agnelli como o Brad Pitt da Privatização.
Ele era o quim-dim de Iaiá dos neolibelês (**), porque, supostamente, administrava a Vale como uma empresa privada.
O que talvez explique o jatinho que para a empresa comprou.
Seu exemplo exuberante contrastava com os corruptos e ineptos da Petrobras – segundo os economistas de bancos e seus trombones pigais.
O Conversa Afiada gostaria de sugerir aos senadores do PT, em defesa do patrimônio dos funcionários do Banco do Brasil, da Petrobras e da Caixa, e do patrimônio publico sob a guarda do BNDESpar incluir o Agnelli e a Vale na CPI do Fim do Mundo – II.
Não custa nada sugerir …
US$ 507 milhões num contrato de boca ?
Em tempo: o Conversa Afiada reproduz comentário do amigo navegante Jota Maués:
Não é só a mina da Guiné que a Vale vai perder. Os cargueiros gigantes com que Agnelli gastou 2 bilhões de dólares para serem construídos não podem atracar em nenhum porto da China, desde 2012 praticamente perderam a finalidade. A proibição é do governo chinês e novas normas entrarão em vigor a partir de 1º de julho: só navios com capacidade de até 250 mil toneladas atracarão em seus portos. A Vale é obrigada a fazer transbordos e mais dólares são gastos. Até para embarcar o minério na Ponta da Madeira, em São Luís, os navios gigantes têm dificuldades. Boa ideia, PHA, de incluir a Vale na CPI. Mas será que… o PT assume.
Paulo Henrique Amorim
(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.
(**) “Neolibelê” é uma singela homenagem deste ansioso blogueiro aos neoliberais brasileiros. Ao mesmo tempo, um reconhecimento sincero ao papel que a “Libelu” trotskista desempenhou na formação de quadros conservadores (e golpistas) de inigualável tenacidade. A Urubóloga Miriam Leitão é o maior expoente brasileiro da Teologia Neolibelê.