O Brasil real não é o Brasil do PiG
O Conversa Afiada reproduz do Muda Mais:
Brasil da mídia x Brasil real: e o mundo não se acabou
As notícias sobre a economia brasileira que circulam pela grande mídia nos levam a crer que existem dois Brasis: o real - que enfrenta a situação mundial adversa com geração de emprego, aumento da renda, investimentos em infraestrutura e aumento persistente das reservas internacionais; e o irreal – extremamente pessimista, baseado apenas em leituras distorcidas e tendenciosas do cenário. O Brasil irreal é continuamente propagado pelos grandes veículos de imprensa, que pintam situações cataclísmicas (que não se confirmam, é claro) uma após a outra.
Por exemplo, passada a Copa do Mundo (a mesma que só estaria pronta em 2038, que seria motivo de vergonha para os brasileiros por causa dos aeroportos, a mesma que ninguém conseguiria assistir pela televisão, porque teríamos apagão), os jornais falam em estagnação, recessão e inflação. Os grandes veículos são quase unânimes nessa catastrófica previsão, talvez porque o Brasil real não seja interessante para eles.
Apontam que a produção industrial está estagnada, que houve piora no mercado de trabalho, que o consumidor está menos confiante e o resultado disso será uma queda no Produto Interno Bruto (PIB). Também insistem na tese de inflação descontrolada e chegam ao cúmulo de responsabilizar o incentivo do governo à indústria (como a redução do IPI para setores específicos) pela queda na produção industrial. Vamos, pois, aos fatos.
Enquanto, na Europa, Peugeot, Citroën e Ford fechavam as portas, e a GM, nos Estados Unidos, vivia a sua mais grave crise, o Brasil seguiu na onda contrária. Além de estimular o consumo (diminuindo sua arrecadação), lançou o Plano Brasil Maior, para fortalecer a industria nacional, com transferência de tecnologia, incentivos fiscais, geração de emprego e renda.
Boa parte dos grandes jornais também fala em desempenho ruim do mercado de trabalho. A ideia é tão distante da realidade que são raros (por vezes inexistentes) os argumentos a embasá-la. Sabe por quê? O Brasil vive um dos seus melhores momentos no emprego. Enquanto no passado (e isso lá antes de 2003), a notícia era do crescente aumento do desemprego, hoje as manchetes trazem "piora do mercado de trabalho" porque não se gera tanto emprego como antes.
Novamente, vamos a uma regrinha fácil: se a geração de emprego cresceu vertiginosamente nos últimos 12 anos, se o desemprego caiu vertiginosamente nos últimos 12 anos, significa que vivemos um novo momento – um cenário de pleno emprego. Mas isso você não vê por aí, né?! Também não vemos ninguém falar sobre a confiança na manutenção do emprego: de acordo com o Datafolha, 70% dos brasileiros não se sente em risco de ser demitido.
E a inflação? Quando o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou o crescimento de 0,2% no PIB do primeiro trimestre do ano, as manchetes trouxeram outro assunto: uma suposta inflação estava crescente, descontrolada que ameaçava o país. Em resposta às especulações, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, negou o fato e ainda afirmou que a inflação cairia nos próximos meses. Você não viu essa manchete por aí, mas ele estava certo: tanto em maio como em junho, a inflação caiu.
O que se vê nas páginas dos jornais é interesse em propagar o pessimismo. O Brasil que não acabou com realização da Copa, contrariando as previsões, agora precisa acabar até o dia 26 de outubro deste ano. Recentemente, em entrevista à Globonews, a presidenta Dilma Rousseff falou sobre o assunto e advertiu que esse não era um bom caminho, uma vez que o pessimismo limita as reações.
Agora, vale uma reflexão: você já se perguntou por que tanto pessimismo nas páginas de jornais? Por que insistem que o Brasil não está dando certo, independentemente da realidade gritante de um país cada vez melhor? Talvez a resposta esteja em 2015, mas isso será assunto para um próximo post. Por ora, podemos dizer que a bola de cristal dos “analistas” dos jornais está tão boa quanto aquela que previu que o mundo terminaria em 12/12/2012. E, pra fechar, citamos Carmen Miranda e lembramos que o mundo não se acabou.
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