Lula na CUT: a Dilma tem lado. O do pobre
Na abertura da 14ª Plenária da CUT (Central Única dos Trabalhadores), nesta segunda-feira (28), o Presidente Lula falou sobre a eleição e o "pessimismo" do mercado. "O que está em jogo nesse país não é apenas mais uma eleição, é decidir se a gente quer avançar ou retroceder", afirmou.
"Por que essa gente ofende tanto a Dilma?", se questionou para responder: "Eles não admitem o compromisso ideológico da Dilma. Eles sabem que ela tem lado". (Clique aqui para ler "Dilma quer radicalizar entre rico e pobre").
Lula chegou a lembrar o episódio da semana passada em que o banco "Satãder" enviou aos clientes uma carta em que aconselha não votar na Presidenta Dilma.
"Não há lugar no mundo que o Santander ganha mais dinheiro do que aqui. Quem disse isso não sabe nada de Brasil nem de Dilma", ressaltou.
"Eu quero saber onde está o mau humor. Criticam a Dilma, os sindicatos, pois acham que o trabalhador ganha muito", enfatizou Lula.
O Presidente defendeu os governos do PT e pediu que comparem com os anteriores. "Lógico que não foi possível fazer tudo em 12 anos. Mas vamos comparar com o que a gente era" e completou: "32 milhões de brasileiros não eram nascidos quando cheguei à Presidência. Imaginem, então, quantos não sabem sobre a CUT".
Como exemplo, Lula contou a história de uma catadora de Minas Gerais e que o emocionou ao dizer tudo o que ela conquistou com o governo dele. "Presidente, a maior conquista que o senhor nos deu foi o direito de andar de cabeça erguida neste país".
Sobre corrupção, para ele "se dentre nós tiver alguém que errou, que pague. Mas a gente não pode abaixar a cabeça. Eu fico imaginando se o Cartel (do trensalão) acontece na CUT, no PT ou nos setores mais progressistas, o que eles não fariam".
(Clique aqui para ver a aula que Lula deu ao PT sobre como devolver as acusações de corrupção ao PSDB e aqui para ver qual foi a primeira medida que o presidente FHC tomou ao sentar na cadeira).
A seguir, outras frases do Nunca Dantes:
"Eu vou viajar por muitos estados. Vamos organizar plenárias sindicais nos Estados que eu for"
"Nós somos os soldados vencedores das causas quase impossíveis. Se não fosse assim, não estaríamos aqui"
"As pessoas têm que saber que a história começa antes da gente"
"Nós temos que ter orgulho do que fizemos nesse país"
"O que importa é que mesmo que fosse por uma pessoa, valeria a pena fazer o que a gente fez"
"Não foram poucas as vezes que tentamos contar nossas histórias e transformaram as coisas que nós fizemos e que nós falamos"
"A CUT é a central mais importante da América Latina"
"As pessoas pensam que é fácil fazer o que nós fizemos, chegar onde chegamos"
"Se não fosse a ousadia das pessoas fazerem, mesmo em situações adversas, nós não estaríamos aqui hoje"
"Uma série de coisas que não tínhamos noção do que era. A gente fazia greve porque queriamos ganhar mais salário"
"Todas as desgraças que eles previram com a Copa não aconteceram"
"Não vai jogar fora a confiança que esse país conquistou"
"Agora tão dizendo que quem fez sucesso (na Copa) foi o povo. Se desse errado diriam que foi Dilma"
"A gente passa um ano inteiro brigando por salário, transporte, saúde. Na época da eleição não elegemos um trabalhador."
"Eles têm que aprender que nós não queremos que ninguém fique pobre, mas chegar lá em cima da forma mais digna possível"
"Os últimos 10 presidentes juntos fizeram 50% do que eu fiz para combater a corrupção".
"Nós, da esquerda e do movimento sindical, temos a obrigação de ser mais honestos e fazer as coisas da melhor forma possível"
"Eu sou filho de uma mãe e de um pai que nasceram e morreram analfabetos"
"Se dentre nós tiver alguém que errou, que pague. Mas a gente não pode abaixar a cabeça"
"Nós vamos ter que levantar a cabeça, sem arrogância, e dizer que quem quiser ganhar de nós, vai ter que trabalhar mais do que nós"
Antes, o presidente da CUT, Vagner Freitas, também comentou o episódio do banco Santander e defendeu a reforma política. "Precisamos da reforma política para impedir que o Banco Santander venha e diga para não votar na Dilma. Se é ruim para o Santander é bom para o país", afirmou.
"Do movimento sindical se elegeu o presidente Lula", avaliou, sobre a importância das centrais sindicais na história política do país e do papel delas nas eleições, para completar "Até o Aécio Neves, que nunca trabalhou na vida, quer ter apoio de central sindical. E até tem, de uma parte."
Freitas defendeu os governos de Lula e Dilma, em que "a classe trabalhadora ganhou muito", em suas palavras. "Nosso apoio à presidenta é incondicional, porque estamos do lado do trabalhador. Nos governos do Lula e da Dilma, houve ganho real de salário acima da inflação".
"A política de valorização do salário mínimo é conquista de Lula com as centrais sindicais", ressaltou Freitas. E concluiu: "Precisamos avançar muito ainda. Nós somos governos e não poder. Os poderes da República são da elite".
O evento, que começou hoje, ocorre até a proxima sexta (1) em Guarulhos-SP.