Lembra do bagre? Bláblárina não é sustentável
Saiu na colona (*) do Ataulfo Merval de Paiva (**):
O discurso de cada um
(…)
O fato de Marina continuar subindo como conseqüência da onda dos protestos mostra que há uma parcela silenciosa do eleitorado que vê nela a alternativa de uma maneira diferente de fazer política. Mesmo que as grandes manifestações espontâneas tenham refluído, o sentimento de insatisfação continua latente.
(…)
Marina Silva pode ter dificuldades para ser o escoadouro dessa insatisfação se não colocar de pé sua Rede de Sustentabilidade. Qualquer partido político gostaria de tê-la como candidata, mas aí terá que fazer acordos com os tais políticos tradicionais, o que retirará, pelo menos em parte, sua legitimidade.
O Ataulfo, como se sabe, é a biruta do aeroporto da Big House.
E a biruta está desnorteada.
Não sabe para onde apontar.
É que o PT tem dois candidatos e a Big House nenhum – diz o amigo navegante Mario Trovas.
As “pesquisas” ressuscitaram a Bláblárina, que, como diz o Mauricio Dias, corre o risco de ficar sem a Rede e cair no colo do Penna, do Partido Verde.
(O amigo navegante se lembra de a Blablárina fugir do Partido Verde ameaçando denunciar cobras e lagartos e não denunciou uma cambaxirra …)
O Nunca Dantes saiu-se com uma demolidora: a Marina não é sustentável …
Disse o Lula, ao Estadão, pag. A6: “Não vejo nenhuma modernização quando você quer deixar partidos e políticos de lado”.
E completou: “Dilma já está reeleita, o que incomoda uma parte da sociedade elitista brasileira” - e seus porta-vozes.
A Bláblárina, como se sabe, é o exemplo mais sublime do “soft power” de uma parte da Big House brasileira.
A Bláblárina tem problemas com Darwin, com a evolução das espécies, com a pesquisa com células tronco, e, acima de tudo, com a construção de usinas hidrelétricas, uma fonte de energia renovável, barata, e que só o Brasil tem na quantidade que tem e com a tecnologia que acumulou.
Ela é contra.
Prefere a energia do vento e do sol.
Se o amigo navegante fechar todas as hidrelétricas e só produzir energia do vento e do sol, a economia do Brasil quebra e o desemprego será em massa.
Essa é a sustentabilidade da Bláblarina.
Conta-se que o presidente Lula já estava irritado com a demora da Bláblárina, então Ministra do Verde, em concordar com a construção das usinas de Santo Antonio e Jirau, no rio Madeira.
Duas obras primas de energia renovável e barata, amiga do meio ambiente.
O que era para estar aprovado em seis meses já ia para dois anos, por causa do verdismo bláblárínico.
Até que houve uma reunião decisiva.
A certa altura, a Bláblárina cede a palavra a uma bagróloga, especialista em bagres: em cópula de bagre e em piracema de bagre.
A bagróloga atormentou o Nunca Dantes.
Ela demonstrou que os bagres não copulariam em paz e não desovariam com as duas usinas.
O Nunca Dantes entraria para a História da Humanidade como o Genocida dos Bagres.
O Nunca Dantes ouviu quieto e convocou uma nova reunião para daí a duas semanas.
Quando a Blablárina deu de novo a palavra à bagróloga, e Lula fez a primeira intervenção.
Mas, a senhora se refere ao bagre Veludo ou ao bagre Sari ?
Porque, como a senhora sabe, entre um e outro há diferenças essenciais no que concerne à piracema.
A bagróloga se entupiu.
Respondeu titubeante, engatou uma réplica, e o Nunca Dantes interrompeu: não, a senhora me desculpe, insigne bagróloga, mas quem copula nessa posição é o bagre Papai.
E continou: já a piracema do bagre Urutu...
E lá foi o Nunca Dantes a consultar umas anotações do próprio punho, que tinha à frente.
Diante da perplexidade da bagróloga e da Bláblárina, ele suspendeu a reunião e disse:
- Marina, daqui a 15 dias você volta para me explicar como vão ser feitas Santo Antonio e Jirau. E, não, se podem ser feitas.
Poucos dias depois, a Bláblárina pediu as contas e botou a culpa na Dilma ...
É com esse jenio que a Big House vai realizar a piracema dos bagres.
Ou a cópula.
Em tempo: o Lula teve aulas com uma bagróloga progressista...
Paulo Henrique Amorim
(*) Não tem nada a ver com cólon. São os colonistas do PiG que combateram na milícia para derrubar o presidente Lula e, depois, a presidenta Dilma. E assim se comportarão sempre que um presidente no Brasil, no mundo e na Galáxia tiver origem no trabalho e, não, no capital. O Mino Carta costuma dizer que o Brasil é o único lugar do mundo em que jornalista chama patrão de colega. É esse pessoal aí.
(**) Ataulfo de Paiva foi o mais medíocre – até certa altura – dos membros da Academia. A tal ponto que seu sucessor, o romancista José Lins do Rego quebrou a tradição e espinafrou o antecessor, no discurso de posse. Daí, Merval merecer aqui o epíteto honroso de “Ataulfo Merval de Paiva”, por seus notórios méritos jornalísticos, estilísticos, e acadêmicos, em suma. Registre-se, em sua homenagem, que os filhos de Roberto Marinho perceberam isso e não o fizeram diretor de redação nem do Globo nem da TV Globo. Ofereceram-lhe à Academia.E ao Mino Carta, já que Merval é, provavelmente, o personagem principal de seu romance "O Brasil".