Bláblá, o Itaúúú é campeão de demissões !
O Conversa Afiada reproduz informações do Sindicato dos Bancários de São Paulo:
Lucro Itau/Semestre:
O Itaú teve lucro líquido recorrente de R$ 9,502 bilhões no primeiro semestre de 2014. Isso representou um crescimento de 33,2% em relação a junho de 2013. Apenas no segundo trimestre, o banco lucrou R$ 4,973 bilhões, aumento de 9,8% em relação aos primeiros três meses de 2014 (R$ 4,529 bilhões).
De junho de 2013 a junho deste ano, a instituição financeira cortou 639 postos de trabalho no Brasil. Apenas entre os meses de abril e junho foram 601 empregos extintos no país. Considerando os empregados lotados no exterior, os cortes chegaram a 437 em 12 meses e 526 no segundo trimestre. É preciso ressaltar que em junho deste ano já estão computados os 1.194 trabalhadores da Credicard, agregados em dezembro de 2013, e os empregados provenientes da BMG Seguros, que não foram informados no balanço.
Em três anos, desde junho de 2011, o banco já cortou 14.111 postos de trabalho.
“Vamos manter nossa luta por mais contratações. Não se justifica que um banco desse porte, com lucros astronômicos, contribua para o desemprego no país. O Itaú precisa devolver à sociedade uma parte desse resultado”, afirma a secretária-geral do Sindicato, Ivone Silva.
A dirigente chama a atenção para outro dado do balanço, divulgado nesta terça-feira 5 pelo Itaú: a rede de atendimento se ampliou, com 62 agências e PABs a mais, passando de 4.962 unidades em junho de 2013 para 5.024 em junho de 2014. “O banco não informou o número de contas correntes, mas a expansão da rede é um dado que indica a sobrecarga. Se a empresa aumenta o número de agências ao mesmo tempo em que diminui o de funcionários, os que ficam provavelmente estão acumulando serviço”, diz.
Tarifas x pessoal – As receitas de prestação de serviços e tarifas totalizaram R$ 13,309 bilhões, cresceram 16,3% (R$ 1,864 bilhões) em comparação com o primeiro semestre de 2013. Enquanto que as despesas de pessoal cresceram 7,5% em doze meses, chegando a R$ 7,949 bilhões no primeiro semestre. Isso significa que apenas com o que arrecada com as tarifas cobradas dos clientes, o banco consegue cobrir em 167,4% sua despesa de pessoal. Em junho de 2013, a relação entre receita de tarifas e serviços e despesas de pessoal estava em 154,9%. Houve, portanto, um crescimento de 12,5 pontos percentuais. “Mais um dado que torna injustificável a extinção de empregos no Itaú”, critica Ivone.
Crédito – A carteira de crédito total (incluindo operações de avais, fianças e títulos privados) aumentou 10,9% em relação ao primeiro semestre de 2013, alcançando o saldo de R$ 518,423 bilhões em 30 de junho de 2014.
No segmento de pessoas físicas, destacaram-se, principalmente, os crescimentos nas carteiras de crédito de menor risco: consignado, com evoluções de 21,3% no trimestre e 62,1% no período de 12 meses, e imobiliário, com evoluções de 4,1% e 26,1%, respectivamente.
O segmento de pessoas jurídicas, excluindo-se os títulos privados, apresentou crescimento de 1,3% no trimestre e 8,2% no período de 12 meses. A carteira de grandes empresas cresceu 2,3% em relação ao trimestre anterior e 14,5% nos últimos 12 meses, enquanto a carteira de micro, pequenas e médias empresas reduziu-se em 1,1% no segundo trimestre de 2014 e 4,1% em relação ao segundo trimestre de 2013.
Por outro lado, o índice de inadimplência das operações vencidas acima de 90 dias caiu: foi de 3,4% no primeiro semestre de 2014, enquanto que no primeiro de 2013 foi de 4,2%, ou seja, houve uma redução de 0,8 ponto percentual. No trimestre apresentou redução de 0,1 ponto percentual em relação ao trimestre anterior e de 0,8 ponto percentual em relação a junho de 2013. É o menor nível histórico desde a fusão entre Itaú e Unibanco, em novembro de 2008.
Em tempo:
Enquanto Brasil contrata, bancos demitem
Dados do Ministério do Trabalho mostra que setor financeiro corta vagas no primeiro semestre de 2014 mesmo com lucratividade bilionária
São Paulo – Enquanto a economia brasileira gerou 632.224 novos empregos entre janeiro e julho de 2014, os bancos andaram na contramão e eliminaram 3.600 postos de trabalho nos primeiros sete meses deste ano.
A Caixa Econômica Federal abriu 1.595 novas vagas no mesmo período, o que evitou números ainda piores para o setor financeiro, o mais lucrativo do país. Somente no ano passado os seis maiores bancos (BB, Itaú, Bradesco, Caixa, Santander e HSBC) lucraram R$ 56,7 bilhões.
As informações são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), divulgado na quinta-feira 21. De acordo com o levantamento, além do corte de vagas, a rotatividade continuou alta no período. Os bancos brasileiros contrataram 20.075 funcionários e desligaram 23.675.
“A tendência de corte de postos de trabalho gera o acúmulo de funções para os funcionários remanescentes, o que, por sua vez, ocasiona uma série de outros problemas como o assédio moral e doenças físicas e psíquicas”, avalia a secretária-geral do Sindicato, Ivone Maria. “Não é a toa que a categoria bancária é uma das que mais sofrem com adoecimentos relacionados ao trabalho e, consequentemente, com os afastamentos”, acrescenta.
Dados do INSS comprovam. Em 2013, 18.671 bancários em todo o país foram obrigados a pedir licença médica. A maior parte (27%) com doenças psíquicas causadas pela pressão. Outros (24,6%) com adoecimento típico da sobrecarga e esforço repetitivo (LER/Dort). São cerca de 50 bancários por dia se afastando do trabalho.
No total, 17 estados apresentaram saldos negativos de emprego nos bancos nos primeiros sete meses do ano. As maiores reduções ocorreram em São Paulo (1.524), Rio Grande do Sul (621), Minas Gerais (480) e Rio de Janeiro (463). O estado com maior saldo positivo foi o Pará, com geração de 208 novas vagas.
De acordo com a Pesquisa de Emprego Bancário (PEB), realizada pela Contraf-CUT em conjunto com o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), o salário médio dos admitidos pelos bancos nos primeiros sete meses do ano foi de R$ 3.303,55 contra o salário médio de R$ 5.216,86 dos desligados. Assim, os trabalhadores que entraram nos bancos receberam valor médio equivalente a 63,3% da remuneração dos que saíram.
Desigualdade de gênero – O levantamento evidencia ainda que as mulheres, mesmo representando metade da categoria, seguem sofrendo discriminação pelos bancos na sua remuneração, recebendo menos do que os homens ao serem contratadas. Essa desigualdade persiste ao longo da carreira, pois a remuneração das mulheres é bem inferior à dos homens no momento em que são desligadas dos seus postos de trabalho.
Enquanto a média dos salários dos homens na admissão foi de R$ 3.756,96 nos primeiros sete meses do ano, a remuneração das mulheres ficou em R$ 2.829,77, diferença de 75,3%.
Já a média dos salários dos homens no desligamento foi de R$ 6.000,16 no período, enquanto a remuneração das mulheres foi de R$ 4.386,33 – diferença de 73,1%.