Itaúúú: Moreira Salles não merecia isso
O Conversa Afiada reproduz (quase na íntegra) contribuição do site Poços10, que Arrocho Never preferia ver fechado:
WALTHER MOREIRA SALLES NÃO MERECIA ISSO
(Do site POÇOS 10)
A festa para "comemorar os 90 anos do Banco Itaú" é uma fraude. Serviu, apenas, para que a família Setúbal peça votos e deixe claro seu apoio à funcionária Bláblárina Silva - assista a vídeo impressionante.
Uma fraude igual a sonegação de impostos que rendeu ao banco de Roberto Setúbal a maior multa já aplicada pela Receita Federal a um banco brasileiro em toda história: inacreditáveis R$ 18 bilhões, cifra de levar ao desespero xeques arábes ou magnatas de Wall Street.
O Itaú foi fundado em 1945, como Banco Federal de Crédito, que jamais foi um grande banco. Olavo Setúbal, sobrinho do fundador, herdou o banquinho e foi fazendo dezenas de incorporações, até receber uma imensa ajuda da ditadura militar que lhe entregou, de bandeja, o BUC, Banco União Comercial, da rica família Soares Sampaio, quebrado por Roberto "Bob Fields" Campos - o pai de todos os colonistas (*) do neolibelismo, como diz o Conversa Afiada.
Era estreita a ligação de Setúbal com a ditadura - que, inclusive, lhe fez prefeito biônico de São Paulo - e o general Geisel chegou a ameaçar o elegante empresário Paulo Geyer, genro do dono do BUC, que não queria assinar a doação ao Itaú: "Quer ir ao Banco Central por conta própria ou eu vou precisar mandar dois sargentos buscá-lo?".
O Unibanco foi fundado por João Moreira Salles, um homem respeitado e querido no sul de Minas, como uma simples Casa Bancária. Seu filho Walther, com um tino especial para os negócios e mestre em fazer amigos e cativar admirações, o transformou em Banco Moreira Salles, e depois em Unibanco, um dos três maiores bancos do país até ser incorporado pelo Itaú no fim da década passada.
Esse banco, sim, o Unibanco, completou 90 anos. Foi fundado em Poços de Caldas. Mas ele não existe mais.
Walther Moreira Salles foi (bom) embaixador dos governos de Getúlio e de JK nos Estados Unidos. E foi (bom) ministro da Fazenda de Jango. Os militares queriam cassá-lo, mas não tiveram coragem.
É lamentável que um de nossos maiores mecenas, homem elegante e educado, brasileiro ilustre que serviu a três dos nossos maiores presidentes, tenha o nome de seu banco usado num ato de desespero eleitoral por um banqueiro ligado à ditadura e devedor de R$ 18 bilhões ao Fisco, na tentativa de eleger uma fundamentalista - cujo Papa é o Malafaia, diz o Boff - para a presidência da República. É mais que lamentável, é ridículo.
(*) Não tem nada a ver com cólon. São os colonistas do PiG que combateram na milícia para derrubar o presidente Lula e, depois, a presidenta Dilma. E assim se comportarão sempre que um presidente no Brasil, no mundo e na Galáxia tiver origem no trabalho e, não, no capital. O Mino Carta costuma dizer que o Brasil é o único lugar do mundo em que jornalista chama patrão de colega. É esse pessoal aí.