Por que as “pesquisas" vazam para a Bolsa ?
O amigo navegante já observou esse fato singular, uma jabuticaba brasileira.
A hiper-valorização das “pesquisas” eleitorais através da cadente audiência do jornal nacional, e, horas antes, a movimentação frenética na Bolsa, especialmente com ações da Petrobras.
Clique aqui para ler “compre na Vox e venda no Globope”.
Amigo navegante do mercado financeiro – nem todos são neolibelês … - explica essa sinistra manifestação tupiniquim.
É o bônus dos executivos dos bancos de investimento.
Explica-se.
Em função do mau humor fabricado no PiG (*), o “pessimildo” que envenena os governos trabalhistas e que Jango denunciou, as ofertas de lançamentos de ações – IPOs – estão engavetadas.
E, com isso, os bônus natalinos da rapaziada do “mercado”, esses que o PiG entrevista, ficam na gaveta também.
Resultado: primeiro, eles espalham que a Bláblá é “market friendly”, o que é a mais absoluta verdade.
Para quem quer dar o BC ao Itaúúú e promete aos banqueiros rever a legislação trabalhista, nada mais amiguinho do mercado.
Mas, isso não basta para garantir o bônus.
É preciso ter acesso às “pesquisas”.
Como se obtém as “pesquisas” é mistério profundo.
Seria preciso chamar a PF do zé, já que o Brasil ainda não teve a oportunidade de criar uma Comissão de Valores Mobiliários.
Como garantir o bônus da rapaziada ?
Com a Bolsa ainda em funcionamento, vazar que a heroína do “mercado”, a fadinha, está na frente do terceiro turno.
E que o Arrocho, do Armínio NauFraga, se recupera de forma meteórica, merválica (**) !
E os bônus que eles ganhariam com o IPO se garantem, desde já, com a “volatilidade” que fabricaram.
Mas, e quando a Bláblá perder, como se configura no DataCaf de forma inequívoca ?
Bem, aí, que se dane !
Problema de quem acreditou no “conselheiro” de investimentos.
Porque ele compra no DataCaf e vende no Datafalha.
E morre de rir !
Morre de rir do Globope e do DataCaf.
Se é que Globope e Datafalha não se beneficiam, também, involuntariamente, das “análises” dos “analistas de bancos" …
Paulo Henrique Amorim
(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.
(**) Ataulfo de Paiva foi o mais medíocre – até certa altura – dos membros da Academia. A tal ponto que seu sucessor, o romancista José Lins do Rego quebrou a tradição e espinafrou o antecessor, no discurso de posse. Daí, Merval merecer aqui o epíteto honroso de “Ataulfo Merval de Paiva”, por seus notórios méritos jornalísticos, estilísticos, e acadêmicos, em suma. Registre-se, em sua homenagem, que os filhos de Roberto Marinho perceberam isso e não o fizeram diretor de redação nem do Globo nem da TV Globo. Ofereceram-lhe à Academia.E ao Mino Carta, já que Merval é, provavelmente, o personagem principal de seu romance "O Brasil".