"Se ela diz que desmatamento não caiu, mente!"
No Valor:.
Dilma rebate críticas de Marina sobre política ambiental
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Perguntada se fez mais do que Marina contra o desmatamento, a presidente respondeu que “se você falar em termos absolutos, sem dúvida que sim”. “Agora, ela estava em uma trajetória, eu estou em outra”. Dilma disse que, em 2013, o desmatamento ficou em 5.891 km quadrados, um número 79% inferior ao de 2004, mas 29% superior ao do ano passado. “O que estou dizendo é que nós, ao contrário do que alguns dizem, fizemos cair o desmatamento. Se ela (Marina) esta dizendo que não caiu, ela está mentindo.”
Na entrevista, Dilma citou os dados de desmatamento em 2007 e 2008, de 11.651 km² e 12.911 km², quando Marina era ministra. Em 2004, o número tinha sido de 27.772 km². A presidente afirmou que a meta de 3.925 km², prevista para 2020, será atingida com tranquilidade.
“Eu quero saber onde está o retrocesso”, respondeu a presidente ao ser questionada sobre as críticas de Marina de que há retrocesso na política ambiental. Segundo ela, quem definiu voluntariamente reduções de 36% a 39% de emissões de carbono foi o meu governo e o do presidente Lula. A decisão foi tomada em 2009, na conferência do clima de Copenhague, quando Marina já havia saído do governo. A presidente também lembrou que houve uma redução de 650 milhões de toneladas de CO2 por ano entre 2010 e 2013.
Ela enfatizou também a importância do cadastro ambiental rural para a redução do ritmo de desmatamento, por facilitar que se perceba quem é o responsável pelo desmatamento. “O Código Florestal permitiu isso, saber quem é proprietário, se não é o proprietário, quem é o posseiro.”
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Abaixo, trechos do discurso da Presidenta na Cúpula do Clima, que ocorre na véspera da Assembleia Geral da ONU:
Ao longo dos últimos 10 anos, o desmatamento no Brasil foi reduzido em 79%.
Entre 2010 e 2013, deixamos de lançar na atmosfera a cada ano, em média, 650 milhões de toneladas de dióxido de carbono. Alcançamos em todos esses anos as 4 menores taxas de desmatamento de nossa história.
As reduções voluntárias do Brasil contribuem de maneira significativa para a diminuição das emissões globais no horizonte de 2020..
O Brasil, portanto, não anuncia promessas. Mostra resultados.
Nossa determinação em enfrentar a mudança do clima não se limita à Amazônia brasileira.
(...) é possível crescer, incluir, conservar e proteger o meio ambiente, que é o lema da reunião do clima Rio + 20.
Precisamos reverter a lógica de que o combate à mudança do clima é danoso à economia. A redução das emissões e ações de adaptação devem ser reconhecidas como fonte de riqueza, de modo a atrair investimentos e lastrear novas ações de desenvolvimento sustentável.
Historicamente, os países desenvolvidos alcançaram o nível de bem estar de suas sociedades graças a um modelo de desenvolvimento, baseado em altas taxas de emissões de gases danosos ao clima, seivando florestas e utilizando praticas nocivas ao meio ambiente.
Nós não queremos repetir esse modelo.
Mas não renunciaremos ao imperativo de reduzir as desigualdades e elevar o padrão de vida da nossa gente.
Nós, países em desenvolvimento, temos igual direito ao bem-estar. E estamos provando que um modelo socialmente justo e ambientalmente sustentável é possível. O Brasil é um exemplo disso.