Nobel é contra a Globo
Como se sabe, com 40% da audiência (em queda acentuada), a Globo Overseas detém 80% da publicidade na tevê aberta.
Como a tevê aberta – ainda – é responsável por 50% de toda a publicidade no Brasil, a Globo tem 80% de 50%, ou seja, R$ 0,40 de cada R$1 investido em publicidade nessa pseudo-democracia em que vivemos …
Só o Google pode vir a googlar a Globo.
Embora a Dilma tenha dito aos blogueiros que “o Brasil está amadurecido” para uma Ley de Medios. com esse Congresso que está aí, segundo o Toninho do DIAP, vai ser difícil.
Já imaginaram se a irmãzinha do Aecioporto controlar a SECOM, com o republicanismo com que controlou as verbas do Governo de Minas para as rádios da família ?
Até a Academia Sueca, que passou os últimos anos a premiar os teólogos do neolibelismo, os que usam a Matemática para fazer Alquimia, se mancou e deu agora o prêmio a um discreto francês que recomenda uma Ley de Medios para o setor de telecomunicações … ou de Medios ...
É o que se vê no PiG cheiroso, o jornal Valor:
Colega brasileiro destaca a influência na criação de agências reguladoras
Por Sergio Lamucci | De Washington
Os estudos de Jean Tirole tiveram grande impacto na regulação bancária e na regulação dos meios de pagamento de 2000 para cá, segundo o economista brasileiro Renato Gomes, que trabalha com o vencedor do Nobel deste ano. Professor-assistente da Escola de Economia de Toulouse, na França, Gomes ressalta que os estudos de Tirole enfatizam a necessidade de se controlar o endividamento e a liquidez das instituições financeiras, de modo a minimizar o "risco moral", o que é fundamental para evitar a repetição de crises como a de 2008.
"Após as privatizações da década de 1980, a análise de Tirole e Jean-Jacques Laffont [economista francês morto em 2004[ guiou as práticas regulatórias e deu o arcabouço intelectual necessário para a criação das agências reguladoras na Europa", afirma Gomes.
O economista conhece bem Tirole, "uma pessoa tímida e extremamente humilde". Junto com Hélène Bourguignon, eles escreveram o trabalho "Custos Ocultos de Transação", publicado neste ano. "É um estudo sobre como regular provedores de meios de pagamento, como cartões de crédito tradicionais e outros mais modernos, como o PayPal, o Google Wallet e o Bitcoin", diz Gomes. Ele e Tirole trabalham agora num projeto sobre regulação de plataformas de busca e compras na internet, como sites de reservas de hotel ou aquisição de passagens aéreas.
Gomes, de 33 anos, estudou economia na PUC-Rio e fez mestrado e doutorado na Northwestern University, nos EUA. Hoje, trabalha em economia industrial e teoria econômica. Abaixo, a íntegra da entrevista, feita por e-mail.
Valor: Jean Tirole ganhou o prêmio Nobel por seu trabalho em regulação. Qual a importância da pesquisa de Tirole para a área?
Renato Gomes: Jean Tirole é o fundador, juntamente com Jean-Jacques Laffont, da teoria moderna da regulação. Essa teoria enfatiza a existência de assimetria de informação entre a empresa regulada e o regulador. Tipicamente, empresas reguladas conhecem melhor sua produtividade que o regulador, que só observa os custos finais de operação. A análise de Laffont e Tirole esclarece como a assimetria de informação impacta a regulação ótima, e mostra sob que condições formas tradicionais de regulações (envolvendo reembolso de custos ou subsídios diretos) maximizam o bem-estar social.
Valor: Em que medida o trabalho de Tirole tem ajudado governos e agências a regular a atuação de grandes empresas?
Gomes: O setor inicialmente mais impactado pelo trabalho acadêmico de Laffont e Tirole é o de telecomunicações. Após as privatizações da década de 1980 (inicialmente no Reino Unidos), a análise desses economistas guiou as práticas regulatórias e deu o arcabouço intelectual necessário para a criação de agências reguladoras na Europa. Seu trabalho também teve grande influência no setor de energia e, mais recentemente, em regulação bancária.
Valor: O trabalho de Tirole ganhou maior atenção depois da crise financeira de 2008. As ideias de Tirole podem ajudar a evitar a eclosão de novas crises como essa?