Vagner e a terceirização: PMDB foi o grande traidor!
O presidente nacional da Central Única dos Trabalhadores, Vagner Freitas, apontou o PMDB como o “maior traidor” dos trabalhadores no Congresso Nacional.
Nesta quinta-feira (9), em entrevista a Paulo Henrique Amorim, Freitas comentou a aprovação pela Câmara dos Deputados o projeto de lei (PL) 4.330/04, que regulamenta a terceirização.
“O PMDB. As bancadas do PT e do PCdoB votaram todas com os trabalhadores. A bancada do PSOL também votou com os trabalhadores. Já o PMDB, que é um dos partidos aliados do Governo, votou massivamente contra os trabalhadores”, afirmou Vagner Freitas.
O projeto, que contou com o apoio de quase todas as siglas, teve oposição apenas do PT, PCdoB e PSOL. Para a CUT, haverá precarização e perda de direitos trabalhistas com a terceirização da atividade-fim.
“É a maior atrocidade feita contra os trabalhadores. O 4330 significa que o trabalhador pode estar em uma determinada empresa, ser demitido, o empregador dele contratar uma empresa terceirizada e trazer um outro trabalhador ganhando a metade do salário”, esclareceu Freitas.
Leia a entrevista na íntegra ou ouça:
Paulo Henrique Amorim: E agora, como fica a questão da terceirização? Dá para consertar?
Vagner Freitas: Nós vamos fazer uma paralisação nacional no dia 15 contra o projeto 4330, contra essa postura ditatorial do presidente da Câmara e contra a retirada de direitos.
É a maior atrocidade feita contra os trabalhadores.
O 4330 significa que o trabalhador pode estar em uma determinada empresa, ser demitido, o empregador dele contratar uma empresa terceirizada e trazer um outro trabalhador ganhando a metade do salário.
É isso que está sendo aprovado na Câmara.
Nós vamos entrar com uma ação de inconstitucionalidade e vamos divulgar os nomes dos deputados favoráveis ao projeto e dizer que eles são traidores da classe trabalhadora.
No dia 15, aqui em São Paulo, após as 18h, vamos ao Largo da Batata pelos direitos e contra a direita.
PHA: Do ponto de vista parlamentar, a CUT está exercendo que papel? O que dá para fazer no Congresso propriamente dito?
Vagner: Agora a discussão vai para o Senado. Nós vamos visitar cada senador e levar a opinião da CUT sobre isso. Vamos mostrar o quanto isso é prejudicial ao Brasil para ver se conseguimos reverter a votação da Câmara no Senado.
Sabemos que é difícil, pois é um acordo que os empresários fizeram com esse Congresso conservador.
Lamentavelmente, as bancadas sindical e trabalhadora do Congresso diminuíram e a Casa tem uma maioria direitista. A grande preocupação da CUT é que não fique só no projeto 4330. O mesmo Congresso que vai fazer essa lei vai fazer também a maioridade penal aos 16 anos, vai votar todos os interesses homofóbicos que eles têm, além de todos os preconceitos contra os negros, as mulheres, e toda a legislação de direita conservadora esse Congresso vai campear.
PHA: Mas existe também o recurso do veto presidencial...
Vagner: Essa é a última das nossas tarefas. Se não revertermos no Congresso, vamos fazer uma campanha “Veta, Dilma”. A Presidenta foi eleita pelos trabalhadores, o Governo já se posicionou contrário ao Congresso, embora não demonstre nenhuma capacidade de controlar a sua base aliada, pois o Governo se diz contra o projeto e a base aliada votou a favor do projeto.
Agora, os próximos passos nosso são fazer a paralisação no dia 15, reverter a situação no Senado, entrar com uma ação judicial e, se tudo isso não funcionar, vamos fazer a campanha pelo veto da Presidenta.
PHA: Da base apoio do Governo no Congresso, quem traiu mais?
Vagner: O PMDB. As bancadas do PT e do PCdoB votaram todas com os trabalhadores. A bancada do PSOL também votou com os trabalhadores. Já o PMDB, que é um dos partidos aliados do Governo, votou massivamente contra os trabalhadores.
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