FMI: o Bolsa Família é es-pe-ta-cu-lar !
Saiu no Globo, que pretendia pegar a diretora-gerente do FMI, a francesa Christine Lagarde numa arapuca para falar mal do Brasil, da Dilma e do ajuste a que o Levy não compareceu.
O amigo navegante perceberá que ela é fã dos programas de combate à pobreza que a estadista chilena, mulher do Padim Pade Cerram, na desastrada campanha contra a Dilma, disse que era o “Bolsa Esmola”.
Que o Agripino Maia, esse monumento à Ética da Casa Grande, também chama de “Bolsa Esmola”.
E que a Urubóloga condena, porque “não tem porta de saída”, aquela por onde sairão, breve, os colonistas (ver no ABC do C Af) do PiG.
Sobre o ajuste propriamente dito e as excelências dele, as opiniões da Lagarde orbitam o óbvio da austeridade neolibelês que ilumina a Casa das Garças.
Porque, eles todos, economistas neolibelês, dizem todos a mesma coisa.
O importante na Sra Lagarde é entupir a boca da Casa Grande que, se pudesse, botava fogo no Bolsa Família, como o Papa acabou de fazer com a Casa Grande.
Não deixe de ver, também, que a OCDE acaba de condenar os regimes econômicos que levam à desigualdade - como a dos Estado Unidos, a pior desde 1929 ! - e elogia Brasil, de forma, também, es-pe-ta-cu-lar, por diminuir a desigualdade !
Chora, Urubóloga, chora !
À diretora-gerente do FMI, cujos ensinamentos os neolibelês deixarão de seguir, como deixarão de seguir os do Papa.
Quá, quá, quá !
Christine Lagarde diz que ajuste é necessário para restabelecer crescimento da Economia
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… parece muito claro que a desigualdade excessiva não conduz ao crescimento sustentável. Se o objetivo é restaurar o crescimento, de forma sustentável, é preciso haver menos desigualdade. E eu gostaria de mencionar e deixar registrado que os programas contra a pobreza que estão sendo implementados nos estratos de renda mais baixa para reduzir a desigualdade são espetaculares. E espero que sejam mantidos.
(…)
O que vi ontem (quinta-feira) no Complexo do Alemão foi extremamente impressionante nessa perspectiva. Acredito que um programa com foco na mulher tem muito mais chances de sucesso, não apenas porque dá poder às mulheres e as coloca como as guardiãs da bolsa, como as primeiras beneficiárias dos recursos do Bolsa Família e de outras compensações. Elas são as guardiãs da bolsa, mas também são encorajadas a contribuir para a economia. Este é um aspecto dos programas sociais no Brasil que eu não conhecia tão bem. Eu sabia do foco em dar os recursos para as mulheres, sabia sobre o foco em educação e saúde como condições para o acesso ao dinheiro, mas não sabia do forte incentivo para dar poder econômico e o sentido de que as pessoas são encorajadas a contribuir para a economia. A combinação de treinamento, instrução e o microcrédito que recebem é algo extremamente impressionante. Em meu país, era forte apoiadora do que chamamos de status de auto-entrepreneur, ou microempreendedor, que é semelhante aos microempreendedores individuais no Brasil. Acho que é realmente uma base sólida para ajudar as mulheres a manterem o curso de uma trajetória com mais poder econômico.
(…)
Claramente, a proposta é um esforço de curto prazo para demonstrar o avanço da responsabilidade fiscal, e isso inclui disciplina no orçamento. É um trade-off (escolha): você não pode ter o bolo e comê-lo ao mesmo tempo. Se quer restabelecer o crescimento, é preciso tomar ações imediatas para construir a base para essa expansão.
Recentemente, o economista Jim O’Neill (criador do termo Bric, para países emergentes) afirmou que está na moda odiar o Brasil. A senhora concorda? Todos nos odeiam?
Não, de maneira alguma. De jeito nenhum. O Brasil é altamente respeitado. Não quero me passar como uma especialista em Brasil, mas há um elemento de otimismo, alegria, hospitalidade, combinado com uma incrível condição de sua geografia, com muitos recursos naturais. Para alguém como eu, que vem de um país onde o futebol é importante, o Brasil é um país estelar, não importa o que ocorreu nas semifinais da Copa do Brasil. O Jim realmente disse isso? Nós amamos o Brasil.
Ele afirmou isso num contexto de que o Brasil, há alguns anos, era o queridinho...
Sim, todos os países do Bric eram os queridinhos. Brasil, China, Índia, Rússia.
A paternidade dessa frase (dispensável) - não se pode ter o bolo e comê-lo ao mesmo tempo - se atribuiu, primeiro, ao Delfim Netto.
Ele nega peremptoriamente que a tenha pronunciado.
Com a mesma ênfase, Delfim nega que jamais tenha dito que o PSDB acabou quando Serjão morreu e levou com ele o login do cofre.
Como também nega, de forma veemente, que tenha dito que jornalista de Economia não é um nem outro.
Esse Delfim…
Dormindo, vale mais do que todas as garças da Casa...
Paulo Henrique Amorim