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“Usam a Grécia como laboratório da austeridade”

O Sarnemberg deve achar que o Sófocles é bolivariano ...
publicado 08/07/2015
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O primeiro ministro grego Alexis Tsipras – aquele que só faz besteira porque, segundo o Sarnemberg, foi dar ouvidos ao Lula e à Dilma (não perca a resposta do Lula) - voltou na manhã dessa quarta-feira (08/07) ao Parlamento Europeu:

http://www.theguardian.com/business/blog/live/2015/jul/08/greece-battles-to-avoid-grexit-live

“Estamos numa força fiscal.”

“Nós todos entendemos que esse debate não só sobre um país. É sobre o futuro de nossa construção comum, a Comunidade Europeia, a Europa.”

“Sófocles nos ensinou que a maior de todas as leis humanas é a justiça."

(Aplausos entusiasmados.)

Sobre os equívocos lamentáveis do Tsipras, por causa do Lula e da Dilma, leia o que disse o Fernando Brito, que, adormecido, pensa melhor que o Sarnemberg desperto:


Picketty e Sachs a Merkel: dê à Grecia o apoio que a Grécia já deu à Alemanha



Enquanto aqui os “urubólogos” do neoliberalismo desenvolvem a tesa que de que “os gregos gastaram à vontade e agora têm de pagar” – um tipo de raciocínio que, aplicado à vida das pessoas, implicaria na legalização da agiotagem e, quem sabe, até na entronização dos agiotas como beneméritos – as vozes mais lúcidas  têm de explicar o óbvio: “O remédio preparado em Berlim e Bruxelas (sede da União Europeia) é pior do que a própria doença”

Thomas Piketty, Jeffrey Sachs e outros especialistas dizem oque é uma evidência que está diante de todos: a “ajuda” europeia – na verdade uma “catação” de papéis no sistema financeiro europeu, subitamente transformados em “empréstimos” aos gregos – só tornou pior  a situação do país.

Economistas renomados pediram à chanceler federal da Alemanha, Angela Merkel, uma mudança no curso das políticas econômicas aplicadas na Grécia. Em carta aberta publicada em diversos jornais europeus nesta terça-feira (07/07), eles afirmam que as medidas de austeridade impostas ao país “simplesmente não funcionaram”.

Transcrevo trechos da carta, retirados da versão em português da Deutsche Welle, agência de notícias alemã, com uma visão que, aqui, num exercício de masoquismo, uma subelite de analistas econômicos, por sabujice ao sistema financeiro que controla o mundo, é tratada como simples “calote”.


“No momento, o governo grego é obrigado a segurar um revólver contra a cabeça e disparar. Mas a bala não matará somente o futuro da Grécia na Europa. Os efeitos colaterais destruirão a zona do euro como farol da esperança, democracia e bem-estar. As consequências serão sentidas no mundo inteiro”, reforça a carta.

Os economistas lembram ainda que, na década de 1950, na criação da Europa (Nota do Tijolaço: ou reconstrução no pós-guerra), a Alemanha se beneficiou com o perdão da dívida econômica e agora é a hora de reestruturar a dívida grega, ao repensar a “fracassada política de austeridade”. Para isso, é necessário perdoar parte da dívida grega e, ao mesmo tempo, definir as reformas urgentemente necessárias na Grécia, afirmam os economistas.

“Senhora chanceler federal, nossa mensagem para a senhora é clara: nós pedimos que assuma um papel de liderança vital para a Grécia, para Alemanha e para o mundo. Suas ações desta semana entrarão para os livros de história. Contamos com a senhora para passos corajosos e generosos em prol da Grécia”, solicitam os economistas.

A carta foi publicada nos jornais Tagesspiegel, da Alemanha, Le Monde, da França, e The Guardian, da Inglaterra.