BB e indústria automobilística acertam injeção de grana
Antecipação de recursos para fornecedores da cadeia automotiva pode alcançar R$ 3,1 bilhões em novos desembolsos
O Banco do Brasil, a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores, Anfavea, e o Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores, Sindipeças, firmaram hoje, 19, em São Paulo, Protocolo que visa dar apoio financeiro e comercial às cadeias produtivas do setor automotivo, bem como aos segmentos de máquinas e implementos agrícolas, além de caminhões.
O protocolo assinado hoje prevê o empenho da Anfavea e do Sindipeças na intermediação de acordos de cooperação financeira e comercial entre o Banco do Brasil e empresas associadas, bem como entre o Banco do Brasil e fornecedores estratégicos da cadeia automotiva.
Nessa primeira etapa, os acordos envolverão 26 empresas âncora. A estimativa é de que o BB antecipe para fornecedores estratégicos dessas empresas recursos da ordem de R$ 3,1 bilhões, até o final de 2015.
Por meio de sistema específico desenvolvido para esses convênios, o BB receberá das empresas âncora programação de encomendas para determinado grupo de fornecedores, ao longo de um determinado período. Aos fornecedores, o BB proverá a antecipação dos valores que seriam recebidos pelo total das entregas.
Para os fornecedores, a vantagem direta é de ter acesso antecipado a recursos com melhores condições financeiras, sem necessidade de recorrer a taxas mais elevadas no desconto de duplicatas ou no financiamento direto de capital de giro, por exemplo. Para as âncoras, trata-se da possibilidade de negociação de prazos mais vantajosos no pagamento aos fornecedores.
As medidas previstas no protocolo fortalecem a parceria entre toda a cadeia produtiva do setor automotivo, já que as âncoras oferecem sua maior capacidade financeira como garantia para a oferta de crédito aos seus fornecedores.
Os riscos de crédito das operações de antecipação são reduzidos pela assunção de compromissos por parte das âncoras, fazendo com que as condições e taxas para as empresas do início da cadeia produtiva tenham vantagens semelhantes às oferecidas a empresas de maior porte.
Para as âncoras, esse composto financeiro permite a continuidade do funcionamento de todo o elo produtor de insumos para o setor automotivo, em um cenário econômico desafiador, mas que também pode se caracterizar pela substituição de fornecedores estrangeiros por nacionais.
A manutenção da capacidade operacional dessa cadeia produtiva torna-se fundamental para que a indústria automotiva tenha capacidade de se beneficiar das oportunidades que surgem no mercado.
Além disso, acordos do gênero proporcionam segurança comercial para todos os agentes envolvidos, e maior confiabilidade nas negociações. Com a futura ampliação de acordos do gênero, o BB pretende alcançar 500 grupos, em diversas cadeias produtivas, a exemplo das cooperativas, de incorporadoras e de grandes empresas exportadoras. Alcançado esse objetivo, a previsão é de desembolsos da ordem de R$ 9 bilhões.
São juros do mercado, mas menores pelas condições que o negócio proporciona.
Não tem recursos públicos.
Alexandre Abreu, presidente do Banco do Brasil, disse que o momento é de garantir as condições para que as empresas atravessem esse momento desafiador.
E preservar empregos.