Abre-se a primeira porta para salvar as empresas
O Conversa Afiada reproduz reportagem do Estadão, por indicação do escritório Warde Advogados, em que se apresenta "um marco em favor de soluções de continuidade para as empresas, que preserva postos de trabalho e riquezas do Brasil, sem prejuízo à moralidade e aos legítimos interesses públicos":
Justiça libera venda de ativos bloqueados da JBS para o Minerva
O Tribunal Regional Federal da 1.ª Região de Brasília liberou a venda das operações de carne bovina da JBS da América do Sul para o frigorífico nacional Minerva, que estava embargada desde o dia 21 de junho pela Justiça Federal de Brasília, apurou o Estado.
A venda das operações da Argentina, do Paraguai e do Uruguai para o Minerva, por US$ 300 milhões, foi anunciada em 6 de junho. Mas, três semanas depois, a Justiça bloqueou a transação, alegando que a venda poderia prejudicar esclarecimento de fatos denunciados na delação da cúpula da JBS, que envolveu o presidente Michel Temer e quase 1.900 políticos.
Em sua decisão para conceder a liminar para destravar a transação, o desembargador federal Olindo Menezes afirmou que o pedido para bloquear a operação “é ilegal e abusiva”.
O anúncio da venda da operação para o Minerva foi o primeiro movimento de desinvestimento feito pelos irmãos Batista, de uma série de outros negócios que eles decidiram se desfazer.
Desde que os conteúdos da delação dos irmãos Batista vieram à tona, no dia 17 de maio, os controladores do grupo JBS, dona da Friboi, e da holding J&F, que detém outros negócios – como Eldorado (papel e celulose), Âmbar (energia), Flora (higiene e limpeza)–, estão se desfazendo rapidamente de ativos para levantar recursos no mercado. A operação de carnes Moy Park, da Irlanda, e empresas de confinamento do grupo nos EUA também serão vendidas.
O Estado apurou que as negociações da Vigor estão avançadas. Fontes a par do assunto já estão analisando propostas de vários investidores interessados, como as francesas Lactalis e Danone, a mexicana Lala, a americana Pepsico e de investidores chineses. A J&F contratou o Bradesco e o Santander para assessorá-la nessa transação. As conversas para a venda da Eldorado para a chilena Arauco também estão adiantadas, afirmou uma outra fonte.
Energia. A canadense Brookfield estaria interessada nas linhas de transmissão da companhia Âmbar, que pertence ao grupo da família, por até R$ 1 bilhão, segundo informou a Reuters. Procurado pelo Estado, o fundo não comenta o assunto. À reportagem, a J&F afirmou não comentar “rumores sobre negociação de ativos, além das informações que já são públicas”. Em assuntos societários, a JBS é assessorada pelo escritório Warde Advogados.