Ações da Uber desabam: regime de Escravidão não colou!
O Conversa Afiada reproduz do New York Times trecho de reportagem de Sarah Jeong (clique aqui para ler o original, em Inglês):
Dez anos após a sua fundação, a gigante do transporte Uber é finalmente uma empresa de capital aberto. Mas, no primeiro dia de negociação, o preço de suas ações sofreu um baque. Há uma boa razão para a decepcionante oferta pública inicial da empresa: não há futuro para a Uber como a conhecemos, e ninguém sabe se a empresa conseguirá dar o salto para um modelo de negócios lucrativo.
Essa é uma leve preocupação para os investidores que estão optando por apostar uma grana alta ou sacar rapidamente. Mas as consequências são incertas para seus motoristas e para o público em geral. Os motoristas lideraram uma greve contra a Uber em várias cidades do mundo, protestando contra a injustiça de suas condições de trabalho enquanto os investidores se preparavam para enriquecer. Tanto a Uber quanto a Lyft (que fez sua oferta pública inicial em março) estão oferecendo bônus a alguns de seus motoristas para comprar ações. Mas os bônus são pequenos, a menos que você seja um dos poucos motoristas dedicados que já completaram milhares ou dezenas de milhares de viagens.
O problema para a Uber - e para todas as outras - é que seu modelo de negócios exclui um futuro de práticas trabalhistas mais justas.
Os grevistas da Uber têm queixas legítimas. De acordo com um estudo conduzido na cidade de Nova York, cerca de metade dos motoristas sustenta famílias com filhos - mas seus ganhos são tão baixos que 40% de todos os motoristas se qualificam para Medicaid e outros 18% se qualificam para cupons de alimentação.
Os motoristas mal pagos também não levaram as companhias que os empregam à lucratividade. Ano após ano, tanto a Uber como a Lyft, a concorrente mais próxima da Uber, perdem dinheiro. Oscilando em um grande volume de capital de risco, elas prejudicaram a indústria de táxis e, em alguns lugares, até o transporte público.
Agora que a Uber tem ações públicas, as tarifas provavelmente subirão, mas a busca por lucros para satisfazer os acionistas não criará melhores condições de trabalho.
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