Bacha descreve o Golpe da Desvinculação!
O ansioso blogueiro acompanha com especial atenção a notável obra jornalística do professor Edmar Bacha.
Ele é um daqueles cérebros do Plano Real – em que não se inclui o Padim Pade Cerra, que foi contra e sempre torpedeou o Plano – que trocou o banco do magistério pelo balcão dos bancos.
(Nada que se compare à fulgurante carreira do André Haras Resende, imortalizado no livro ”Cabeças de Planilha”, do Nassif, aqui resumido nessa reveladora entrevista.
Bacha trocou também os livros de Economia por entrevistas.
Ele dá entrevistas!
Neste domingo, 12/06, ele faz o favor de ocupar uma página inteira do Estadão (em comatoso estado) – porque o Estadão não tem mais repórteres com que preencher as páginas …
“Teto dos gastos vai parar o Governo se não for bem feito” (será um pedido de emprego?).
Bacha insiste em que os açougueiros do neolibelismo, o Meirelles e o Ilan Goldfjan - “uma equipe economia excelente”, diz ele - escondem o verdadeiro tamanho do “rombo”.
Não é de R$ 172 bi, mas de R$ 570 bi, com os juros da dívida pública!
Quase três vezes maior.
(O professor, claro, não recomenda que o Governo dê um calote nos bancos … Ora, ora ...).
Portanto, a porrada vai ser de tamanho muito maior, diz ele (não nessas toscas palavras…).
Como resolver o problema, pergunta-se Bacha?
Assim:
- os açougueiros baixam um Ato Institucional que ele chama de PEC, Projeto de Emenda Constitucional;
- esse Ato Institucional estabelece que o teto vai valer por xis anos;
- enquanto o AI estiver em vigor, “você suspende a constitucionalidade das vinculações“;
Assim, numa boa, sem que o povo perceba: você vai lá, na calada da noite, “suspende a constitucionalidade das vinculações” como quem levanta o vidro da porta do carro, com medo do lavador de carro: rápido e firme, mas sem chamar a atenção!
O que o professor quer dizer com isso, “suspender a constitucionalidade das vinculações”?
Aquilo que a Constituição (estuprada no impeachment) manda(va) fazer.
Segue o professor/entrevistado:
- acabar com a estabilidade do funcionalismo público, a gratuidade da Saúde e da Educação: “pode ir tudo junto na mesma PEC”, diz ele, singelamente, assim, “tudo junto”, como num cesto de feira: tomate, abóbora, couve … Tudo junto...
E o povo sem perceber…
O que ele quer com o fim da gratuidade da Educação e da Saúde ?
Cobrar o SUS de quem pode pagar …
E cobrar a universidade publica de quem pode pagar …
Depois, uma “lei complementar” diz quem deve pagar um e outro…
Assim, devagarinho, devagar, como na música do Martinho da Vila.
E o povo, parvo, sem perceber nada.
Mas, quando será baixado o Ato Institucional do Professor Bacha?
Ah, aí está o busílis da questão, amigo navegante!
DEPOIS, DEPOIS da segunda votação do impeachment, porque “é compreensível que o Governo não queira levantar essas lebres (lebres? Ou rinocerontes, professor? - PHA) agora, antes da definição do impeachment”!
Só depois !
Um jenio.
Mas, o professor tem um ataque de sincericídio, como aquele do Gatinho angorá, ao anunciar “a brutal insegurança jurídica” que impediu o leilão de sete portos
O professor/entrevistado confessa:
- É muito difícil ficar otimista com essa situação. Tem um grau de incerteza brutal, por causa da interinidade do Governo e da extensão da Lava Jato”…
Ainda mais que o Delcídio incriminou o Temer, professor…
E o Moro não perdoa!
Não é isso, Cunha Lima?
O Moro é implacável!
A incerteza é brutal!
E se pegam o Temer, professor, com o Zelada?
Só tem uma saída!
O Temer convidá-lo para integrar a equipe dos açougueiros do neolibelismo!
PHA