Barrocal: aqui jaz o BNDES!
O Conversa Afiada reproduz trecho de abertura da excelente reportagem de André Barrocal na Carta Capital que está nas bancas.
(Semana passada, Barrocal tinha mostrado como o Ministro Grandra Filho chegou ao TST com uma mãozinha do ministro (sic) Gilmar (PSDB-MT). E, juntos, agora, militam na incineração da CLT)
Antes de ir ao Barrocal, o ansioso blogueiro convida o amigo navegante a folhear as palpitantes páginas do best-seller "O Quarto Poder - uma outra história", onde se lê:
A atual presidenta da BNDES, Maria Silvia Bastos Marques - por que será o Benjamin Steinbruch demitiu ela da CSN? - presidia uma coligação de empresas do PiG que foi ao BNDES pedir uma grana do povo ao então presidente Carlos Lessa, no inicio do Governo Lula.
A Globo estava quebrada - como também demonstra "O Quarto Poder" - e o Governo Lula perdeu aí uma preciosa oportunidade de encampar a Globo - ou, pelo menos, seu "jornalismo"...
Mas, a Maria Silvia chegou lá de olho no dinheiro do povo.
Aí, o Lessa disse que a conversa só marcharia se os pretendentes ao dinheiro do povo se comprometessem a não demitir ninguém.
A coligação sumiu com a rapidez com que sumiu o mensalão tucano...
Mas, vamos ao Barrocal e ao BNDES que a Maria Silvia vai transformar numa agencia da Mega Sena, depois de privatizado aos americanos...
ERA TEMER / O banco sofre a politização, dispensa 100 bi por ordem superior, irrita a indústria e só quer privatizar
André Barrocal
Em 1952, nasceram o presidente da Rússia, Vladimir Putin, o brasileiro tricampeão de Fórmula 1 Nelson Piquet e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, então sem o "Social". Os laços natalícios com personalidades destacadas da cena internacional fazem jus à trajetória da instituição. O BNDES tornou-se no século XXI um dos maiores bancos de fomento do mundo. Em 2001, desembolsava 25 bilhões de reais e, em 2013, atingia o recorde de 190 bilhões, sete vezes o valor pago de Bolsa Família naquele ano. Hoje, a situação é outra, similar àquela da Petrobras, até outro dia aspirante a figurar entre as dez maiores companhias planetárias. Uma semelhança com toques de Operação Lava Jato, inclusive.
Comandado por uma diretoria de perfil financista, Maria Silvia Bastos Marques à frente, o BNDES sofre uma reviravolta. Por conta própria e ordem do governo, não só por falta de demanda, retrai-se para dar espaço no mercado de crédito aos competidores particulares. A pedido de Brasília e para desespero da indústria, topa abrir mão, mesmo com o País em recessão, de 100 bilhões de reais, com a devolução prematura ao Tesouro Nacional de recursos injetados no passado. A exemplo dos anos 1990, volta as atenções ao repasse de bens públicos ao setor privado, com planos de financiar concessões e privatizações, a começar por uma área, o saneamento, em que a tendência global é reestatizar. Ataques ao banco são respondidos com silêncio pela direção.
O crédito para construtoras metidas na Lava Jato pinga a conta-gotas. Ou é simplesmente negado, como no caso das obras do ramo logístico da Odebrecht, sócia do recentemente esvaziado canteiro da Linha 6 do metrô paulista, capenga para tocar a ampliação do aeroporto do Galeão e prestes a selar um acordo de delação na Lava Jato. Os projetos de todas as empreiteiras no exterior também não recebem mais verbas, passam por uma revisão no BNDES e despertam cobiça especial por parte do PSDB, da OAB e de auditores e procuradores de tribunais de contas e da força-tarefa da Lava Jato. Será que surgiria daí algo capaz de uso como prova contra o ex-presidente Lula?