Belluzzo defende impressão de dinheiro para enfrentar "pandemônio econômico"
(Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Via Rede Brasil Atual - O ministro da Economia, Paulo Guedes, admitiu que o Banco Central poderá imprimir dinheiro e colocar em circulação novas cédulas e moedas para enfrentar a crise financeira agravada pela pandemia do novo coronavírus. Opositores da medida, no entanto, alegam risco de descontrole inflacionário, a exemplo do que ocorreu nas décadas de 1980 e 1990.
Para o economista Luiz Gonzaga Belluzzo, professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), o descontrole inflacionário não só não se repetiria nos dias de hoje, como o país já vive à beira de uma depressão econômica.
A medida é mais do que necessária e o governo está atrasado em implementá-la, diz o economista, ao repórter do Seu Jornal, da TVT, André Gianocari. “Os títulos públicos, nesse momento, são mais importantes e mais seguros para as pessoas comprarem, e as empresas colocarem nos seus ativos, do que os títulos privados. Então existe uma importância enorme na ação do Estado para reconstituir os circuitos monetários”, ressalta.
“Na verdade nessa hora, as entranhas do circuito monetário ficam mais expostas, quando está funcionando normalmente a gente tem a ilusão de que o dinheiro está sendo criado dentro do circuito, mas não é. Quer dizer, quem cria são os bancos do governo, como o Banco Central”, acrescenta o professor.