Boom! O calote vem aí!
De Fabrício de Castro e Eduardo Rodrigues, no Estadão:
Dívida do governo atinge maior porcentual do PIB
Mesmo com o pagamento de R$ 30 bilhões do BNDES ao Tesouro Nacional em junho, a dívida bruta voltou a subir no Brasil. Conforme dados divulgados nesta segunda-feira, 30, pelo Banco Central, a dívida passou de 77,1% para 77,2% do Produto Interno Bruto (PIB) de maio para junho, atingindo R$ 5,2 trilhões.
Esse é o maior porcentual da série histórica, iniciada em dezembro de 2006. No melhor momento, em 2013, a dívida chegou a 51,5% do PIB. A dívida bruta é resultado da soma das obrigações do governo federal, governos estaduais e governos municipais, excluindo BC e estatais.
O resultado preocupa porque sua relação com o PIB é uma das principais referências para avaliação, por parte das agências globais de classificação de risco, da capacidade de solvência do País. Quanto maior a dívida, maior o risco de calote e, consequentemente, a dificuldade de o Brasil rolar seus compromissos.
No fim de junho, o BNDES antecipou o pagamento de mais R$ 30 bilhões de sua dívida com o Tesouro, elevando para R$ 60 bilhões o total quitado neste ano. Os recursos referem-se a empréstimos ao banco realizados nos governos dos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, para estimular o crédito e a economia.
Por trás da alta da dívida está a dificuldade do País em equilibrar suas contas. Em junho, o setor público registrou déficit primário de R$ 13,5 bilhões – esse é o saldo entre receitas e despesas dos governos, antes do pagamento dos juros da dívida.
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