Fragilidade de Bolsonaro pode acabar em impeachment
A aprovação do projeto de socorro financeiro aos Estados e municípios, que obrigará o governo a compensar a queda na arrecadação de ICMS e ISS, indica a fragilidade do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) depois que rompeu com o PSL.
Na votação, o líder do governo na Câmara, deputado Vítor Hugo (PSL-GO), orientou contra o projeto, mas ficou isolado no painel de votação. Nenhum partido acompanhou a posição do governo.
Foram 431 votos a favor do projeto e somente 70 contrários.
De acordo com matéria do Valor Econômico, no Centrão, grupo informal de partidos que Bolsonaro tenta reconquistar agora, o governo teve apenas 8% dos votos.
Só 19 dos 234 parlamentares desse bloco votaram contra a proposta, enquanto 210 foram favoráveis - os demais estavam ausentes e não registraram voto.
Planalto tenta esvaziar Maia
A ofensiva de Jair Bolsonaro sobre os partidos do Centrão na última semana busca esvaziar os poderes do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e neutralizar a percepção de que o presidente estaria isolado politicamente em meio à crise do coronavírus.
“O problema é que você entra por uma porta e, quando sai, leva um coice. Essa é a relação que o governo tem tido com os políticos do Congresso desde que assumiu o poder”, disse Maia em entrevista coletiva.
“Não cabe a mim organizar a base do governo, mas, com todo respeito, se não fosse o trabalho da presidência da Câmara com os líderes, nós não teríamos aprovado muitas matérias, inclusive a reforma da Previdência”, completou.