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Desemprego de universitário: + 13%!

Um colosso, Míriam
publicado 07/07/2019
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De Gabriel Martins e Karen Garcia, no Globo Overseas:

Desemprego avança 13% em um ano entre os mais qualificados


O engenheiro eletricista Filipe Carneiro, de 38 anos, trabalhou por dez anos como superintendente em uma companhia de navegação do setor de petróleo no Rio. Com a marcha lenta da economia, a empresa começou a cortar cargos de chefia em janeiro. Carneiro foi um dos dispensados . Ele e a mulher, a advogada Gisele Brandão, agora só contam com o salário dela para pagar as contas. Com uma filha de 2 anos e a segunda prestes a nascer, fizeram um corte profundo nas despesas.

A situação do engenheiro, cuja profissão era das mais demandadas antes da crise , reflete a realidade de 1,4 milhão de brasileiros com ensino superior completo sem trabalho contabilizados no primeiro trimestre deste ano pela pesquisa Pnad Contínua , do IBGE . Isso representa alta de 13% em apenas um ano. Nos três primeiros meses de 2018, o número foi de 1,23 milhão.

Renda em queda
O avanço da desocupação nesse segmento, geralmente mais protegido do desemprego que os menos escolarizados, contrasta com a queda de 1,8% no contingente total de desempregados no período.

— O tipo de emprego que tem sido gerado, responsável por alguma melhora no índice geral, em sua maioria não requer tanta qualificação — avalia Bruno Ottoni, pesquisador da consultoria iDados.

Além do maior desemprego, a renda média dos profissionais com ensino superior caiu 0,9% em um ano, de R$ 5.710 para R$ 5.654. Já a média do trabalhador em geral subiu 1,5% entre os primeiros trimestres de 2018 e 2019, de R$ 2.478 para R$ 2.516.

— Nossa renda caiu pela metade. Já tínhamos quitado o apartamento, o que ajudou, mas reduzimos muito o uso do cartão de crédito, cortamos viagens de férias e, como minha mulher está grávida, saímos muito menos — conta Carneiro, que tem pós-graduação em Meio Ambiente.

Depois de se formar, em 2008, ele não teve dificuldade para encontrar trabalho e subir na empresa. Agora, há seis meses procurando uma vaga, está disposto a aceitar cargo e salário inferiores aos que tinha. Mas não tem sido fácil.

— Há um mês, uma empresa me ligou. Perguntaram meu último salário. Falei, e não me retornaram mais.

Maria Andreia Lameiras, pesquisadora do Ipea , explica que os menos escolarizados sofrem mais com o desemprego, mas o andar de cima é afetado com mais força agora por causa da lenta recuperação econômica desde 2014:

— Além de profunda, a crise é longa. Em momentos de dificuldade, as empresas primeiro cortam os funcionários com menos produtividade e salários mais baixos, preservando os mais qualificados, que receberam maior investimento em treinamento. Por conta da duração da crise, as empresas são obrigadas a dispensá-los.

(...)

Em tempo: para saber mais sobre o colosso do subtítulo, consulte o trepidante ABC do C Af

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