Dilma: Guedes e Bolsonaro vão completar o desmonte da engenharia nacional
(Crédito: Marcos Corrêa/PR)
A presidenta Dilma Rousseff criticou nesta quarta-feira 22/I os planos do governo de Jair Bolsonaro expostos na véspera pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, durante o Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça. O anúncio de que o Brasil vai escancarar as portas para empresas estrangeiras em licitações é um golpe fatal sobre as companhias nacionais.
"Bolsonaro desfecha novo golpe contra empresas nacionais. Política de destruição do setor se aprofunda com abertura do mercado a empresas estrangeiras, anunciada pelo ministro da Economia, na Suíça. É a pá de cal no desmonte promovido pela Lava Jato na engenharia nacional. Pior. O governo abre mão de ter uma política de compras públicas que leve em conta os brasileiros. A concorrência pode estrangular diversos setores empresariais", escreveu Dilma no Facebook.
Em Davos, Guedes afirmou que o País "tem que saber o que quer". "Quer ter as melhores práticas, receber os maiores fluxos de investimentos e se integrar às cadeias globais de negócios? Ou queremos continuar sendo 200 milhões de trouxas servindo a seis empreiteiras e seis bancos?", questionou.
Horas depois do discurso, o líder do PT na Câmara dos Deputados, Paulo Pimenta (RS), também explicou, pelo Twitter, a perversidade dos planos de Guedes e Bolsonaro:
"O sonho de Paulo Guedes e Bolsonaro: 1. Cada prefeitura do Brasil, os governo estaduais, o governo federal, demais órgãos do Judiciário e Legislativo, TODOS fazendo licitações abertas para MULTINACIONAIS com capital e estrutura muito maiores que 99,9% das empresas brasileiras.
2. NENHUMA destas multinacionais precisará gerar empregos aqui. Basta um punhado de pessoas para contratar logística e outras tarefas terceirizadas. Quantas empresas brasileiras têm condições de enfrentar gigantes com crédito fácil e subsídios dos governos de seus países?
3. Se alguém ainda tinha ilusão de que Bolsonaro e Paulo Guedes se preocupam com o Brasil, é bom começar a pensar sobre o que vai acontecer se eles abrirem o País para uma invasão de multinacionais que deverão ser tratadas como qualquer empresa nacional nas licitações públicas.
4. Bolsonaro só se preocupa com a sua família e os seus negócios com as milicias do Rio de Janeiro. E Paulo Guedes é um mero empregado do sistema financeiro internacional. Tudo, absolutamente tudo que ele faz é facilitar a vida dos amigos que querem faturar mais no Brasil".
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