Economia

Você está aqui: Página Inicial / Economia / Economia não tá melhorando!

Economia não tá melhorando!

de Bolle: será a Cegonhóloga economista de bloco sujo?
publicado 19/02/2017
Comments
52Anos.jpeg

O Estadão, em comatoso estado, à beira da extinção, submeteu a alguns economistas a pergunta “tá melhorando?

Foi ato de ousadia do Estadão suspeitar que a Cegonhóloga não esteja certa…

Mas, até no PiG Golpista há dissenção…

O Conversa Afiada selecionou algumas respostas:

A começar pelo professor Luiz Carlos Bresser-Pereira (não deixar de ler o sereno post “A tragédia Malanfranco, seguida da Malanfraga está de volta!”.

Luiz Carlos Bresser Pereira, ex-ministro da Fazenda
'Não estamos saindo da recessão'

“O meu entendimento é que não estamos saindo da recessão. Ainda tivemos essa triste notícia de que no ano passado o PIB (Produto Interno Bruto) pode ter caído 4,3%, segundo indica o IBC-Br (indicador antecedente do PIB calculado pelo Banco Central). É um desastre profundo. Nunca houve uma recessão tão forte que eu me lembre no Brasil. A crise atual é uma crise financeira das empresas. Não é uma crise financeira de balanço de pagamento nem é, graças a Deus, uma crise financeira dos bancos. Tinha de ter uma linha especial de crédito para as empresas para elas poderem voltar a empregar. Quais foram as políticas contracíclicas que este governo tomou? Não conheço nenhuma. Só se eu chamar de contracíclica o Banco Central, depois de um imenso atraso, afinal começar a baixar juros. Fora isso, juros absolutamente escandalosos, não vi nada. Espero que aconteça alguma recuperação, apesar da política do governo, que é contra. O governo tem trabalhado firme e determinadamente para aprofundar a recessão e impedir a retomada da economia. Suponho que vai haver alguma recuperação, dado o caráter cíclico do capitalismo.”

José Luís Oureiro, professor da UFRJ
'Parar de piorar é uma coisa, retomar é outra'

“A situação é bem difícil. Vamos parar de piorar, mas retomar o crescimento são outros 500. São coisas diferentes. Estamos diminuindo o ritmo de piora. Talvez agora neste primeiro trimestre a gente pare de piorar. Ou seja o PIB (Produto Interno Bruto) do primeiro trimestre de 2017 pode ser igual ou ligeiramente maior do que o PIB do último trimestre de 2016. Para que a economia possa sair da crise, em que ela está funcionando abaixo do produto potencial, é preciso ter expansão da demanda. Entretanto, não estou vendo vetor de crescimento da demanda para 2017: nem consumo, nem investimento, nem gasto do governo, nem exportações. O que poderia talvez ajudar um pouco seria destravar as concessões de obras de infraestrutura. Mas não tenho visto muita movimentação do governo nesse sentido. Podemos ficar muito tempo nessa posição de equilíbrio, com subutilização da capacidade produtiva e desemprego crônico da força de trabalho. No momento, o único instrumento de política econômica à disposição do governo é a política monetária. O Banco Central precisa acelerar o corte na taxa de juros.”

Monica de Bolle, pesquisadora do Peterson Institute
'Existe uma euforia meio carnavalesca' (ler em tempo)

“Não acho que a economia esteja virando. Existe uma euforia meio carnavalesca no Brasil nas últimas semanas, mas os indicadores são muito turvos ainda. Não dá para dizer que há sinais de virada. É exagero carnavalesco. A economia conseguiu transitar do péssimo para o muito ruim. Isso dá uma impressão de melhora e as pessoas tendem a ficar um pouco eufóricas. Não é uma virada de nível e não significa agora que a economia esteja crescendo já. Não há nada que vá fazer 2017 ser um ano de virada no sentido de que as pessoas pensem: o Brasil finalmente está crescendo não sei quanto. Com o endividamento muito alto setorialmente, está todo mundo mais preocupado com desalavancagem do que com consumo e investimento. Não há demanda doméstica com força suficiente para gerar esse tipo de crescimento. Também o lado externo não vai ajudar. O crescimento mais forte a médio prazo está longe de estar garantido. Não vejo como isso será possível, uma vez que a produtividade está lá embaixo. E a única coisa que gera expectativa de crescimento sustentável é aumento de produtividade, coisa que o Brasil não tem.

Marcio Pochmann, professor da Unicamp
'Existe depressão no setor industrial'

“Não vejo dinamismo que possa indicar uma recuperação da economia, que leve a um ciclo de investimento. O que nós podemos ter é uma situação na qual a economia segue estagnada. Pode até apresentar um indicador positivo, levemente acima de zero, mas para mim isso não significa recuperação. Em 1982 e 1991, estávamos no meio da recessão e o PIB (Produto Interno Bruto) não foi negativo, mas no ano seguinte voltou a cair. O que nós estamos vendo não é só uma recessão. O País vem acumulando não apenas redução do ritmo de atividade, mas redução da capacidade de produção por um fenômeno chamado desinvestimento: empresas estão sendo fechadas e não estão sendo abertas novas. O PIB potencial está encolhendo. Eu não diria que está ocorrendo uma depressão como em 1930, mas existe uma depressão especialmente no setor industrial. Entre 10 e 15 indústrias estão sendo fechadas a cada mês em São Paulo. Não há saída econômica que possa reverter esse cenário. A maior dificuldade é o tema da política. Uma saída seria um acordo entre o governo e o setor produtivo para dar garantias de que a economia não vai voltar a cair.”

Em tempo: a apóstata de Bolle fez fulminante carreira no PiG.

Economista do FMI e sócia da empresa de consultoria Galanto MBB (deve trabalhar para bancos, como fazem entre 80% e 90% dos chamados economistas brasileiros...), teve o privilégio de ser diretora da Casa das Garças, ninho de tucanos de alto bico intelectual – como o imortal Edmar Bracher (revisor, por favor, não toque!) - e lecionar na Economia da PUC, viveiro do neolibelismo pátrio.

De Bolle também é editada pela Intrínseca, que disputa com a Record e a Companhia das Letras a hegemonia sobre o pensamento da Casa Grande.

Portanto, não deixa de ser também uma apostasia insinuar que a Cegonhóloga seja uma economista de bloco sujo! Quá, quá, quá!

PHA