Economia real patina e só a especulação financeira está exuberante
(Crédito: Alan Santos/PR)
Por Fernando Brito, do Tijolaço - O governo elevou hoje a previsão de crescimento do Produto Interno Bruto para 2,4%, ante uma previsão anterior de 2, 32%.
Como se vê, tratam-se de videntes que enxergam com precisão de centésimos de pontos percentuais, que são décimos de milésimos.
Adivinhar, advinham sempre, como faziam os economistas dos bancos, em janeiro passado, prevendo que o PIB brasileiro aumentaria 2,57%. Ficará na metade disso, mas não tem problema, eles são sempre sábios.
O tom é sempre o do otimismo, mesmo quando admitem que o crescimento do último trimestre do ano deveu-se ao “voo de galinha” provocado pela liberação do FGTS, como faz a ex-secretária do Tesouro de Michel Temer, agora economista-chefe do banco Santander ao prever que o início do ano será de “ressaca” deste período, mas que o segundo semestre trará os 2% de aceleração da economia .
A economia real patina e só a especulação financeira está exuberante, com índices recorde na bolsa, que não impedem – ao contrário – que o dinheiro estrangeiro esteja saindo deste mercado de forma constante e expressiva.
Depois dos R$ 44 bilhões do segundo semestre de 2019, apenas nos seis primeiros dias úteis de 2020, saíram R$ 3,68 bi.
Uma nova queda da taxa Selic vai empurrar para o mercado de risco o que resta ainda de aplicações e renda fixa e poupança, que a ela se atrela. Esta, aliás, só teve saldo positivo no ano passado porque foi o destino dos parcos recursos recebidos com a liberação do FGTS e PIS/Pasep.
Mas todos seguem adivinhando uma retomada do crescimento da qual, retirados os falsos positivos que medidas pontuais provocam, não há sinal concreto.
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