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El País/Intercept: força-tarefa fugiu dos bancos na Lava Jato

Procuradores preferiram costurar acordos a investigar acusações
publicado 22/08/2019
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Novos trechos da Vaza Jato do Intercept Brasil, publicados hoje (22/VIII) no portal El País, revelam que os procuradores da força-tarefa de Curitiba preferiram desenhar acordos com bancos e outras instituições financeiras, ao invés de investigar acusações.

Em relação às movimentações do lobista Adir Assad, condenado por lavagem de dinheiro, o procurador Roberson Pozzobon afirmou, no Telegram, em 16/X/2018: “o Banco, na verdade os bancos, faturaram muuuuuuito com as movimentações bilionárias dele”.

Apesar de levantarem a hipótese de que os bancos estavam lucrando com as movimentações suspeitas, os procuradores preferiram fazer acordos com essas instituições ao invés de conduzir investigações mais profundas: o objetivo seria negociar entendimentos “a título de indenização por lavagem de dinheiro e falhas de compliance”.

Segundo os diálogos, a força-tarefa estava preocupada com a possibilidade de investigações contra os bancos causarem um "efeito dominó" na economia brasileira.

Trata-se de um comportamento bem diferente daquele assumido pela Lava Jato com outros setores da economia, como as empreiteiras: desde 2015, a receita líquida das empresas de construção civil encolheu 85%, enquanto o emprego no setor caiu 34%.

Foi apenas em 8/V/2019 que a Lava Jato chegou a uma instituição bancária: três executivos do Banco Paulista foram presos, acusados de lavagem de dinheiro para beneficiar a Odebrecht.

Três meses antes, segundo o El País, Pozzobon comemorou a autorização judicial para a operação: “chutaremos a porta de um banco menor, com fraudes escancaradas, enquanto estamos com rodada de negociações em curso com bancos maiores. A mensagem será passada! 💪👊”, disse.

Leia a íntegra da reportagem no portal El País.


"Rússia" seria a Justiça Federal, que autorizou a operação contra o Banco Paulista (Reprodução: El País)

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