Governo Bolsonaro ameaça deixar o Mercosul e pode causar um desastre
(Crédito: Arthur Max/AIG-MRE)
O Ministério da Economia, de Paulo Guedes, e o de Relações Exteriores, do (suposto) chanceler Ernesto Araújo, já avaliam os impactos de uma saída do Brasil do Mercosul. As pastas acionaram técnicos e a Advocacia-Geral da União (AGU) para detalhar acordos e tratados que afetam cada país e o bloco como um todo.
Reportagem da Folha de S.Paulo desta sexta-feira 25/X aponta que ainda não há um cálculo preciso do impacto da ruptura, mas ressalta que entram nessa conta perdas bilionárias que viriam com o fim das exportações brasileiras com tarifas diferenciadas aos países do Mercosul.
Isso sem contar as perdas para os cidadãos, já que, para entrar e sair dos países vizinhos, seria necessário um passaporte com visto.
Até mesmo as placas de veículos, que agora começam a ser trocadas pelas do novo padrão Mercosul, teriam de ser substituídas mais uma vez.
O ponto central para o governo Bolsonaro é a resistência da Argentina a uma política de redução da tarifa externa comum (TEC), que incide sobre produtos exportados pelo bloco para outros países.
Para o Brasil, a redução tarifária em 80% de mais de 10 mil produtos do bloco significa levar adiante uma abertura comercial ampla em até quatro anos.
Em viagem ao Japão nesta semana, Bolsonaro sugeriu que pode solicitar a suspensão da Argentina para evitar que essa revisão tarifária seja barrada.
Como se sabe, trata-se, também, de uma desesperada tentativa de interferir nas eleições argentinas, já que se aproxima uma gigantesca vitória da chapa peronista de Alberto Fernández e Cristina Kirchner contra o ultra-neoliberal Mauricio Macri, amigo de Bolsonaro.
A reportagem da Folha reforça que a ordem para uma avaliação do impacto de uma eventual saída do Brasil do Mercosul foi uma orientação dada pelo Planalto para a equipe econômica e de relações internacionais assim que a chapa de Alberto e Cristina disparou nas pesquisas eleitorais.
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