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Investimento pode cair pelo quarto ano consecutivo

Taxa de investimento ocupa parcela baixa do PIB brasileiro
publicado 09/06/2017
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Não é um colosso, MT? (Créditos: Ueslei Marcelino/Reuters)

De artigo no portal Valor - aqui, no Conversa Afiada, também conhecido como PiG cheiroso:

A nova crise política aumentou as chances de o investimento encolher pelo quarto ano consecutivo. Com as incertezas causadas pelas dúvidas quanto à continuidade do governo do presidente Michel Temer, a confiança dos empresários deve ser afetada, prejudicando as perspectivas para a retomada da formação bruta de capital fixo (FBCF, medida das contas nacionais do que se investe em máquinas e equipamentos, construção civil e inovação).

Nesse cenário de indefinição, algumas instituições reduziram as projeções para o investimento em 2017, passando a projetar uma nova queda para o componente da demanda que mais apanhou nos últimos anos. Para se ter uma ideia, a FBCF recuou nada menos que 29,8% em relação ao nível do terceiro trimestre de 2013.

(...) esse aumento da incerteza ocorre num momento em que há uma "capacidade ociosa absurda na indústria e no parque instalado de construções", como diz o economista Francisco Pessoa Faria, da LCA Consultores. "Se a crise pode afetar um componente da demanda com mais força, é o investimento." Faria conta que a LCA já esperava um recuo do investimento neste ano, de 0,7%. Com o imbróglio político e o número do PIB do primeiro trimestre, a consultoria passou a projetar uma queda do investimento de 2,3% em 2017.

(...)
O tombo da FBCF fez a taxa de investimento encolher brutalmente nos últimos anos. No primeiro trimestre, ela ficou em 15,6% do PIB, mais de cinco pontos percentuais do PIB abaixo dos 20,7% registrados no mesmo período de 2014. É um número mais baixo do que o de muitos países emergentes. No ano passado, a taxa ficou em 19,5% do PIB na África do Sul, em 21,6% do PIB no Chile, em 25,6% na Rússia, em 31,4% do PIB na Índia e em 44% do PIB na China, de acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI). Uma taxa de investimento tão baixa tem consequências negativas: (...) prejudica a produtividade, reduz o crescimento potencial (aquele que não acelera a inflação) e atrapalha a recuperação da atividade.
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