Os economistas de bancos, que dizem no PiG o que os donos dos bancos – e o PiG – querem ouvir, atribuem essa alta a uma frase desastrada do Abilio Diniz em Nova York (tinha que ser em Nova York!).
“O Brasil está em liquidação!”
Na verdade, ele disse também que a “crise” é Política e, não, da Economia, e que as ações brasileiras estão muito baratas.
Mas, ninguém manda falar o que não deve…
Serviu enxofre ao Diabo.
Diniz devia andar com um espelho no bolso.
Para se contemplar.
Como não conseguiu ser Ministro da Indústria e do Comércio no regime militar, agora assumiu um ministério permanente no PiG.
Fala e se contempla no espelho.
E o Antonio Palocci,
que ia ajuda-lo a comprar o Pão de Açúcar de volta, com o dinheiro do BNDES, bate palmas com entusiasmo!
Os empresários, em sua infinita insegurança, não resistem aos holofotes!
Parece incongruente, não é isso, amigo navegante?
Inseguros e narcisos.
Mas, não é.
Trava-se hoje na esquerda americana um debate estimulante entre o ex-ministro Larry Summers e o Prêmio Nobel Paul Krugman.
Eles não chegam aos pés da erudição da Urubóloga, mas insistem em enriquecer as páginas do PiG americano com seus petardos.
É sobre a natureza da recessão americana e como sair dela:
https://www.washingtonpost.com/news/wonk/wp/2015/11/02/larry-summers-where-paul-krugman-and-i-differ-on-secular-stagnation/A certa altura, Summers conta que disse ao Obama: dar confiança aos empresários é o estímulo mais barato.
E, aí, Summers se reporta a uma carta que o Lord Keynes escreveu em 1938 ao Presidente Roosevelt.
Keynes, como se sabe, é aquele que sugeriu o que o Delfim Netto diz sempre: é preciso estimular o espírito animal dos empresários.
Nessa famosa carta de 1938, Keynes diz a Roosevelt que é preciso tratar o Abilio Diniz como se ele fosse um animal domestico.
Isso funciona assim:
“Os homens de negócio tem um conjunto de ilusões diferentes dos políticos e por isso precisam de tratamento diverso. Mas eles são muito mais mansos do que os políticos, ao mesmo tempo fascinados e aterrorizados pelo brilho da publicidade, facilmente convencidos a agir como “patriotas”, perplexos, confusos, na verdade apavorados, porem ansiosos demais para ter uma visão alegre, vaidosos talvez mas muito inseguros de si mesmos, pateticamente sensíveis a uma palavra gentil. Você poderia fazer o que quisesse com eles, se os tratasse (mesmo os maiorais) não como lobos ou tigres, mas como animais domésticos por natureza, apesar de terem tido péssima criação e não a formação que você gostaria. É um erro pensar que eles são mais imorais que os políticos. Se você os preparar para o temperamento arisco, teimoso e aterrorizado de que os animais domésticos (quando tratados incorretamente) são capazes, os encargos da nação não serão levados para o mercado; e no final a opinião publica ira mudar a direção do caminho deles…”Paulo Henrique Amorim, com a secundária colaboração de um certo lorde inglês...