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Na Argentina de Macri, ídolo de Guedes, povo não pode pagar nem pelo enterro

Quase 8 em cada 10 mortos em Buenos Aires são cremados
publicado 30/12/2019
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(Crédito: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Em uma Argentina arrasada pelas políticas neoliberais de Mauricio Macri, tido como exemplo por Jair Bolsonaro e Paulo Guedes, morrer é um luxo, como destaca reportagem da AFP nesta segunda-feira 30/XII.

"O problema é econômico. As pessoas não têm dinheiro para contratar um serviço, os parentes se ajudam entre si, pedem emprestado, tem quem venha e pague com os dólares economizados ou guardados debaixo do colchão", diz à AFP Juan Tapia, um dos donos da funerária Cochería Tacuarí, no centro da capital Buenos Aires.

Na Argentina deixada por Macri para o presidente Alberto Fernández, a pobreza atinge quase 40% da população. Assim, a opção mais em conta oferecida por esta funerária é a cremação sem velório, ao custo de 25 mil pesos (pouco mais de R$ 1,6 mil).

Em 2018, 78,5% dos mortos em Buenos Aires foram para a cremação, segundo cálculo feito pela AFP com base em registros públicos. É a maior proporção da última década. "Para alugar um nicho no cemitério é preciso pagar um valor anual e muitos não querem ou não podem fazê-lo, então optam pela cremação", explica o especialista.

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