Nível de investimentos é o menor em meio século!
A "previdênssia" não vai resolver nada!
publicado
19/07/2019
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Do G1:
Taxa de investimentos é a menor em mais de 50 anos e fica mais dependente do setor privado
A taxa de investimentos no Brasil caiu para o menor nível em mais de 50 anos e, em meio ao rombo das contas públicas e colapso dos orçamentos governamentais, o ritmo de recuperação tende a ficar ainda mais dependente da participação e apetite do setor privado.
No 1º trimestre de 2019, a taxa de investimentos (também chamada de formação bruta de capital fixo - FBCF), que inclui o que se investe em máquinas e equipamentos, construção civil e inovação, recuou para 15,5% do PIB (Produto Interno Bruto), contra 15,8% no trimestre anterior. No final de 2013, antes do início da recessão, estava em 20,9%.
Levantamento do economista Manoel Pires, coordenador do Observatório de Política Fiscal do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV), mostra que a taxa de investimentos públicos caiu de 4,06% em 2013 para 1,85% em 2017 (nível mais baixo já registrado no país), passando para 2,43% em 2018. Já a taxa de investimentos privados caiu nos últimos 5 anos, recuando de 16,85% em 2013 para 13,39% em 2018. Veja gráfico abaixo:
(...) A participação do setor público na taxa de investimentos caiu de 19,4% em 2013 para 11,8% em 2018, subindo para 15,4% em 2018. Em 2010, os governos chegaram a responder por 22% do total da FBCF. Na década de 70, chegou a passar de 40%.
Outro estudo do Ibre, dos economistas Marcel Balassiano e Juliana Trece, que utilizou uma média móvel de 4 anos, aponta que a taxa de investimento no quadriênio terminado no 1º trimestre de 2019 atingiu 15,5% do PIB, o menor nível em mais de 50 anos (mesma taxa registrada em 1967). (...)
O secretario do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida, afirmou recentemente que, mesmo com a aprovação da reforma da Previdência, a administração pública não irá recuperar sua capacidade de investimento "nos próximos três ou quatro anos". (...)
"O ano de 2019 ainda vai ser ruim para o investimento. Talvez 2020 seja um pouco melhor", afirma Pires. "Mesmo que se aprove a reforma da Previdência, ninguém sabe muito bem quais serão os próximos passos [da política econômica]. O ponto de interrogação continua sendo a recuperação da demanda, porque tem incertezas jogando para baixo e uma perspectiva muito ruim para a expansão da capacidade produtiva. Precisa preencher esta capacidade ociosa primeiro para ter investimentos mais expressivos”. (...)
O tombo da taxa de investimentos nos últimos anos foi puxado principalmente pelo componente de construção civil, que inclui também infraestrutura. (...) "À medida em que os governos saíram de cena, os investimentos em construção civil sofreram um baque. Soma-se a isso a questão das grandes empreiteiras que saíram do mercado ou ficaram inviabilizadas com as investigações da Lava Jato”, observa Pires, citando também as mudanças no modelo de financiamento dos investimentos no país, com a redução da participação do BNDES, cujos desembolsos caíram em 2018 para o menor valor em 5 anos. (...)
Em tempo: sobre a previdênssia (com dois "S"), conheça o (sempre imperdível!) ABC do C Af.
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