Paulo Guedes administra R$ 2,3 bilhões!
Por Fernando Nakagawa, no Estadão:
Já há um plano para a mudança da estrutura da instituição financeira presidida pelo assessor econômico de Jair Bolsonaro, a Bozano Investimentos. Em caso de vitória do candidato do PSL, Paulo Guedes deverá ocupar o previamente anunciado novo Ministério da Economia. Por isso, uma empresa especializada preparou o caminho para a saída do executivo em um modelo semelhante ao usado em outros casos, como de Armínio Fraga que também deixou o mercado financeiro para ocupar cargo na capital federal.
Esse plano de sucessão já está na gaveta de Guedes e será anunciado imediatamente após eventual vitória do candidato do PSL e a nomeação dele para o ministério. O trabalho foi realizado por um escritório de advocacia que já assessorou outros nomes famosos que entraram no governo e o plano prevê a adoção de todas as formalidades em até dois meses.
A Bozano foi constituída como uma sociedade entre os executivos, o que facilita a sucessão. Hoje, sete sócios compõem o comitê executivo e um deles deve substituir Guedes. No mercado, há percepção de que Guedes já deixou a linha de frente da Bozano há algum tempo. Apesar de continuar com o cargo de presidente da instituição nos documentos entregues à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o assessor de Bolsonaro acompanharia com certo distanciamento a gestão dos fundos tradicionais, além das participações em empresas. Em dezembro de 2017, a Bozano cuidava de R$ 2,3 bilhões de 2.640 pessoas físicas e investidores institucionais, sendo dois terços alocados em participações acionárias – venture capital e private equity – e um terço em fundos tradicionais.
As quatro carteiras abertas da Bozano Investimentos têm registrado rendimento pior que dos concorrentes em todos os segmentos: multimercado, ações e renda fixa. Com isso, o patrimônio da Bozano Asset Management caiu 58% no ano. No restante do mercado houve crescimento de 8%. Em 2 de outubro, a gestora de Guedes mantinha R$ 316,3 milhões sob sua gestão nos quatro fundos. É uma carteira pequena e representa apenas 0,007% de todo o mercado de fundos do Brasil.
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