Piketty: Brasil tem a maior concentração de renda do mundo!
Do alto, a propriedade de 7 mil m² do João Dória, no Jardim Europa (sic), em SP
O amigo navegante notou que o Ministro José Dirceu conclamou o Brasil à revolta.
Aparentemente, foi por que o tribunal dos amigões do Judge Murrow anteciparam de forma aceleradíssima o enforcamento do Presidente Lula: será no dia 24 de janeiro.
Mas, na verdade, também se pode interpretar a reação de Dirceu como uma forma antecipada de analisar esses dados pornográficos que o respeitado Thomas Piketty divulgou sobre a concentração de renda no Brasil.
Para resolver isso só mesmo com revolta ou, como diz o Mino Carta, com sangue na calçada.
Com a PEC da Morte do teto de gastos, a abolição da Lei Áurea, a doação da Petrobrax à Mishell, e a entrega da Saúde, da Educação e da Previdência aos bancos essa concentração só vai piorar (ou melhorar para a Casa Grande... depende de quem tem a mão no cabo do chicote, como diria Machado de Assis...).
(Por falar em Piketty: a comunidade acadêmica internacional, de Cambridge a Cambridge, aguarda o pronunciamento da Cegonhóloga sobre a obra de Piketty, para poder se manifestar...)
À vergonhosa concentração da renda que só se corrige no... ou na... :
Brasil tem maior concentração de renda do mundo entre o 1% mais rico
Quase 30% da renda do Brasil está nas mãos de apenas 1% dos habitantes do país, a maior concentração do tipo no mundo. É o que indica a Pesquisa Desigualdade Mundial 2018, coordenada, entre outros, pelo economista francês Thomas Piketty. O grupo, composto por centenas de estudiosos, disponibiliza nesta quinta-feira um banco de dados que permite comparar a evolução da desigualdade de renda no mundo nos últimos anos.
Os dados sobre o Brasil se restringem ao período de 2001 a 2015, e são semelhantes em metodologia e achados aos estudos pioneiros publicados pelos pesquisadores brasileiros Marcelo Medeiros, Pedro Ferreira de Souza e Fábio Castro a partir de 2014. No caso de Souza, pesquisador do IPEA, o trabalho construiu série histórica sobre a disparidade de renda no Brasil desde 1926. A World Wealth & Income Database (base de dados mundial de riqueza e renda) aponta que o 1% mais rico do Brasil detinha 27,8% da renda do país em 2015, enquanto no estudo do brasileiro, por diferenças de metodologia, a cifra é 23%.
Segundo os dados coletados pelo grupo de Piketty, os milionários brasileiros ficaram à frente dos milionários do Oriente Médio, que aparecem com 26,3% da renda da região. Na comparação entre países, o segundo colocado em concentração de renda no 1% mais rico é a Turquia, com 21,5% em 2015 — no dado de 2016, que poucos países têm, a concentração turca subiu para 23,4%, de acordo com o levantamento.
O Brasil também se destaca no recorte dos 10% mais ricos, mas não de forma tão intensa quanto se observa na comparação do 1% mais rico. Os dados mostram o Oriente Médio com 61% da renda nas mãos de seus 10% mais ricos, seguido por Brasil e Índia, ambos com 55%, e a África Subsaariana, com 54%.
A região em que os 10% mais ricos detêm menor fatia da riqueza é a Europa, com 37%. O continente europeu é tido pelos pesquisadores como exemplo a ser seguido no combate à desigualdade, já que a evolução das disparidades na região foi a menor entre as medidas desde 1980. Eles propõem, de maneira geral, a implementação de regimes de tributação progressivos e o aumento dos impostos sobre herança, além de mais rigidez no controle de evasão fiscal. (...)