Por conta das queimadas, França desiste de acordo com Mercosul
Crise na Amazônia apresenta suas consequências econômicas... (Originais: Antonio Cruz/Agência Brasil e Reprodução/Pixabay)
A crise diplomática provocada pelas queimadas na Amazônia - e pela incapacidade do governo Bolsonaro de resolver o problema - teve sua primeira grave consequência econômica.
Em agosto, a ex-ministra Kátia Abreu disse que a política ambiental de Bolsonaro poderia prejudicar as exportações do agronegócio brasileiro.
("Se a Kátia Abreu, 'Miss Motosserra', está preocupada com o meio ambiente, a coisa é grave", disse um amigo navegante...)
Os governos da Irlanda e Finlândia já haviam proposto o boicote à carne brasileira, enquanto a imprensa alemã falou em sanções econômicas contra o Brasil.
No dia 23/VIII, o presidente francês Emmanuel Macron chamou Bolsonaro de mentiroso e disse que, se o governo brasileiro não cumprisse com suas responsabilidades ambientais - entre eles, o respeito às metas dos Acordos de Paris -, a França iria se opor ao acordo de livre-comércio entre o Mercosul e a União Europeia, assinado em julho.
(A declaração do presidente Macron se deu dias antes de Bolsonaro xingar sua esposa Brigitte no Facebook...)
Hoje 8/X o governo francês cumpriu sua promessa.
Em entrevista ao canal BFMTV, a ministra do Meio Ambiente do governo Macron, Élisabeth Borne, afirmou que a França se recusa a ratificar o tratado com o Mercosul.
"Não podemos assinar o acordo de comércio com um país que não respeita a floresta amazônica, que não respeita o Acordo de Paris. A França não vai assinar o acordo com o Mercosul nestas condições", explicou a ministra.
Em tempo: a França não é o primeiro país a rejeitar o acordo: segundo a agência Sputnik, "em setembro, o Parlamento da Áustria votou contra o acordo de comércio livre entre o Mercosul e a União Europeia, pondo o projeto em risco".
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