Sartori quer privatizar o gás no RS
Estatal será beneficiada por projeto bilionário
publicado
21/02/2017
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Do Jornal Já:
Projeto bilionário valoriza duas empresas que Sartori quer privatizar
A Copelmi Mineração apresentou ao governador Ivo Sartori um projeto para instalar um parque carboquímico no Rio Grande do Sul, com investimento de 4,4 bilhões de dólares (mais de R$ 13 bilhões).
A Copelmi é gaúcha e extrai o carvão da terra desde 1883. Pioneira na exploração do carvão mineral no Brasil, fornece mais de 80% do carvão de uso industrial no país – mantém a concessão de mais de 3 bilhões de toneladas de carvão mineral.
O alvo imediato do novo projeto é a produção de gás, que tem um potencial de mercado enorme no Estado.
O diretor da Copelmi, Roberto de Faria, disse que a intenção é vender 1,5 milhão de metros cúbicos por dia para a Sulgás, que permitiria quase dobrar a oferta de gás no Estado.
O diretor da Copelmi garante que o gás extraído do carvão local teria preço menor do que o gás natural que vem da Bolívia.
A empresa desenvolve o projeto desde 2014 e tem como parceiro um grupo coreano que deve participar com 30% no investimento. A intenção é começar a construção em 2018, com prazo de três anos para conclusão da mina.
O gás de que o Rio Grande do Sul hoje dispõe vem da Bolívia, mas está limitado às dimensões do gasoduto, que tem mais 3 mil quilômetros de extensão, mas não dá vazão a mais do que 2,8 milhões de metros cúbicos por dia.
Além disso, o contrato para fornecimento do gás, entre a Petrobrás (que tem 49% da Sulgás) e o governo boliviano, termina em 2019.
A Sulgás atende hoje mais de 11 mil clientes, entre residências, comércios, industrias, usinas térmicas – mas o potencial, segundo projeções da própria empresa, vai a mais de 100 mil clientes.
A Sulgás estima que a demanda por gás no Estado em dez anos pode chegar a 10 mil metros cúbicos por dia.
Hoje, se não houvesse o gargalo do gasoduto boliviano, o Rio Grande do Sul estaria consumindo 5 milhões de metros cúbicos diários, o dobro do consumo atual.
Além da Sulgás, que seria a distribuidora desse gás extraído do carvão, a Companhia Riograndense de Mineração (CRM), detentora das maiores e mais acessíveis reservas carboníferas do pais, seria valorizada com a ampliação do mercado.
Ambas as empresas, Sulgás e CRM, são controladas pelo governo do Estado e estão na lista de privatizações que faz parte do “ajuste fiscal” promovido pelo governo de Ivo Sartori.
Em tempo: Sulgás é a Companhia de Gás do Estado do Rio Grande do Sul, responsável pela comercialização e distribuição de gás natural no estado.